Cinema

Equipe da Enciclopédia Significados
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O cinema, também conhecido como sétima arte ou cinematografia, é uma expressão artística que combina imagens em movimento, sons e frequentemente elementos narrativos para transmitir uma mensagem ou contar uma história.

Os filmes, obras cinematográficas, são compostos por sequências de fotogramas projetados rapidamente, criando a ilusão de movimento devido à persistência da visão.

É uma das formas mais populares de entretenimento e comunicação em todo o mundo, envolvendo uma ampla gama de estilos, gêneros e abordagens.

"Cinema" também é o nome dado às salas onde os filmes são projetados, bem como às indústrias que os produzem.

Características do cinema

Imagens em movimento

A principal característica do cinema é a capacidade de registrar e projetar imagens em movimento. Para tanto, combina técnicas de fotografia e projeção.

Som

O som, hoje presente na maioria dos filmes, complementa as imagens e contribui para a construção da narrativa, criando atmosferas e transmitindo emoções. Muitos filmes apresentam músicas, chamadas de trilhas sonoras.

Narrativa

Os filmes narrativos utilizam diversos elementos para contar histórias, como roteiro, personagens, diálogos, cenários, figurinos e trilha sonora.

Gêneros

O cinema se divide em diversos gêneros, como drama, comédia, suspense, ação, ficção científica, documentário, entre outros. Atende, portanto, a diferentes gostos e expectativas do público.

Indústria

O cinema é também uma indústria global que abarca a produção, distribuição e exibição de filmes. Essa indústria é responsável por gerar bilhões de dólares em receita e criar milhões de empregos em todo o mundo.

Fenômeno cultural

O cinema transcende os limites da arte e se torna um fenômeno cultural de grande impacto. Através de suas histórias e personagens, molda valores, crenças e comportamentos, influenciando a sociedade de forma profunda e duradoura.

Evolução técnica

Desde seus primórdios com o cinema mudo até os avanços tecnológicos do cinema digital, o cinema percorreu uma jornada de constante evolução. Essa jornada continua a se desenrolar, com novas tecnologias e tendências emergindo a cada dia.

Origem e história do cinema

Origem

Cinematógrafo dos irmãos Lumière
Cinematógrafo (à esquerda) criado pelos irmãos Luimière (à direita). Fonte: https://www.institut-lumiere.org/

A história do cinema tem suas raízes no desenvolvimento da fotografia. A invenção da câmera escura no século XI e a descoberta de materiais fotossensíveis no século XIX lançaram as bases para a captura de imagens.

No final do século XIX, diversos inventores trabalharam em dispositivos que permitiam a reprodução de imagens em movimento. Entre eles, destacam-se:

  • Eadweard Muybridge: fotógrafo inglês que, em 1878, utilizou uma série de câmeras para capturar o movimento de um cavalo a galope.

  • Étienne-Jules Marey: fisiologista francês que inventou o cronofotógrafo, um dispositivo que permitia registrar imagens em sequência em um rolo de papel.

  • William Friese-Greene: inventor inglês que, em 1889, apresentou um aparelho capaz de projetar imagens em movimento.

O marco fundamental na história do cinema é considerado a primeira exibição pública de filmes pelos irmãos Lumière em Paris, em 28 de dezembro de 1895. Na ocasião, foram apresentados dez filmes curtos, como "A Chegada de um Trem à Estação de La Ciotat", que causou grande impacto no público.

A partir desse ponto, o cinema passou por um rápido desenvolvimento tecnológico. A introdução do celuloide, da edição de filmes e da projeção em tela grande contribuiu para a popularização da nova arte.

Era do cinema mudo

Tempos modernos, de Charles Chaplin
Cena icônica do filme "Tempos modernos", de Charles Chaplin.

A era do cinema mudo se estendeu de 1895, com a primeira exibição pública, até o final da década de 1920, com a introdução do cinema sonoro.

Durante esse período, o cinema se consolidou como uma nova forma de arte e entretenimento, encantando o público com suas imagens em movimento. Neste período, a maioria dos filmes mudos era em preto e branco, com algumas exceções colorizadas manualmente.

Para superar as limitações impostas pela ausência de som, o cinema mudo utilizava os seguintes recursos:

  • Mímica e linguagem corporal: os atores utilizavam a mímica e a linguagem corporal para transmitir emoções e desenvolver seus personagens.

  • Intertítulos: placas com textos eram introduzidas na filmagem para narrar a história e fornecer diálogos.

  • Música de acompanhamento: a música tocada ao piano, orquestra ou por meio de máquinas desempenhava um papel crucial, criando atmosfera e emoções nas cenas.

A era do cinema mudo foi marcada por grandes nomes como Charlie Chaplin, Buster Keaton, Greta Garbo e Harold Lloyd. Filmes como "O Vagabundo" (1915), "O Grande Ditador" (1940), "Nosferatu" (1922) e "Metropolis" (1927) se tornaram clássicos atemporais, apreciados até hoje.

Era do cinema sonoro

A introdução do som sincronizado no final da década de 1920 marcou uma revolução na história do cinema, inaugurando a Era do Cinema Sonoro.

Essa mudança tecnológica impactou profundamente como as histórias eram contadas, criando novas possibilidades de expressão e abrindo caminho para o desenvolvimento de gêneros cinematográficos até então inexistentes.

O primeiro filme a apresentar som sincronizado completo foi "O Cantor de Jazz" (1927), de Alan Crosland. O sucesso estrondoso da película consolidou o cinema sonoro como a nova forma dominante de produção cinematográfica, levando a um rápido declínio do cinema mudo.

A introdução do som exigiu diversas inovações tecnológicas, como a criação de microfones, amplificadores e sistemas de projeção de som. Essa mudança também influenciou a arquitetura das salas de cinema, que precisaram ser adaptadas para a acústica e a reprodução do som.

A Era do Cinema Sonoro foi marcada por grandes nomes como, por exemplo, Alfred Hitchcock, Orson Welles e John Ford. Filmes como "Cidadão Kane" (1941), "Casablanca" (1942) e "E o Vento Levou" (1939) se tornaram clássicos atemporais, demonstrando o potencial do som para contar histórias.

Evolução Tecnológica

Ao longo do século XX, diversas inovações tecnológicas revolucionaram o cinema:

  • Introdução do som: a partir de 1927, o cinema sonoro possibilitou diálogos, efeitos sonoros e trilhas musicais, enriquecendo a experiência do público.

  • Cinema em cores: na década de 1930, o cinema em cores, chamado Technicolor, adicionou realismo e beleza às imagens.

  • Evolução das câmeras: câmeras mais leves e portáteis, como as Arriflex, proporcionaram maior liberdade de movimento e filmagens em locações externas.

  • Efeitos visuais: a partir da década de 1970, com o desenvolvimento de técnicas como chroma key e computação gráfica, os efeitos visuais se tornaram cada vez mais realistas e complexos, abrindo caminho para filmes de fantasia e ficção científica.

  • Cinema digital: na década de 1990, a filmagem e edição digital simplificaram o processo de produção cinematográfica e possibilitaram efeitos visuais ainda mais impressionantes.

  • 3D e realidade virtual: o desenvolvimento das tecnologias 3D e de realidade virtual proporcionaram uma experiência imersiva e sensorial ao público, levando-o para dentro da história.

O avanço tecnológico teve um impacto significativo na indústria cinematográfica. A digitalização reduziu os custos de produção, tornando mais acessível para cineastas independentes realizarem seus próprios filmes.

Além disso, surgiram novas formas de distribuição, como as plataformas de streaming, exemplificadas pela Netflix e Amazon Prime Video, que oferecem uma vasta gama de filmes online.

Ao mesmo tempo, a experiência do público nas salas de cinema foi aprimorada, com a modernização de telas, a implementação de projetores digitais e sistemas de som surround, proporcionando uma experiência imersiva ao espectador.

20 obras marcantes do cinema e seus diretores

Cineasta Principais Filmes
Martin Scorsese Taxi Driver (1976), Os Bons Companheiros (1990)
Steven Spielberg Tubarão (1975), A Lista de Schindler (1993)
Quentin Tarantino Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994), Kill Bill: Volume 1 (2003)
Alfred Hitchcock Psicose (1960), Janela Indiscreta (1954)
Stanley Kubrick 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), Laranja Mecânica (1971)
Francis Ford Coppola O Poderoso Chefão (1972), Apocalipse Now (1979)
Ingmar Bergman O Sétimo Selo (1957), Persona (1966)
Jean-Luc Godard Acossado (1960), O Desprezo (1963)
Akira Kurosawa Os Sete Samurais (1954), Ran (1985)
Federico Fellini La Dolce Vita (1960), 8½ (1963)
Werner Herzog Fitzcarraldo (1982), Nosferatu, o Vampiro da Noite (1979)
David Lynch Veludo Azul (1986), Twin Peaks: O Filme (1992)
Pedro Almodóvar Ata-me! (1990), Volver (2006)
Woody Allen Annie Hall (1977), Manhattan (1979)
Fernando Meirelles Cidade de Deus (2002), Xingu (2011)
Orson Welles Cidadão Kane (1941), A marca da maldade (1958)
Irmãos Coen Fargo (1996), O Grande Lebowski (1998)
Wes Anderson Os Excêntricos Tenenbaums (2001), O Grande Hotel Budapeste (2014)
Kathryn Bigelow Guerra ao Terror (2009), A hora mais escura (2012)
Glauber Rocha Deus e o diabo na terra do sol (1964), Terra em transe (1967)

Bibliografia:

  • BERNARDET, Jean-Claude. O que é cinema. Brasiliense, São Paulo, 1985.
  • MASCARELLO, Fernando. História do cinema mundial. Papirus, Campinas, 2012.

Veja também:

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