Significado de Mosaico

Sónia Cunha
Revisão por Sónia Cunha
Licenciada em História da Arte

O que é Mosaico:

Mosaico é uma arte feita com pequenos pedaços de materiais como vidro, azulejo e pedra, chamados “tesselas”, que são minuciosamente encaixados para formar desenhos. As obras de arte musivas, como também são chamados os mosaicos, vão desde representações geométricas até perfeitos retratos humanos.

A palavra tem origem no termo grego “mousaikón”, que significa algo como “obra da musa”. As obras de mosaico impressionam por sua riqueza de detalhes e exigem paciência do artista para a perfeita composição de cores e peças.

Muito utilizado hoje como decoração, o mosaico é uma arte milenar, cujos primeiros registros datam de 2600 a.c. A técnica artística foi utilizada por diferentes civilizações, em diferentes partes do mundo e continua sendo valorizada atualmente.

História do mosaico

Um dos primeiros mosaicos que se tem registro, chamado “Estandarte de Ur”, foi encontrado durante escavações arqueológicas no cemitério real de Ur, onde hoje é o sul do Iraque. Ur foi uma importante cidade da civilização suméria na antiga Mesopotâmia - uma das civilizações mais antigas da história.

O Estandarte de Ur foi feito por volta dos anos 2600 a.c. Suas quatro faces são cobertas por pedras semi preciosas e conchas, que representam cenas de guerra e das rotinas domésticas dos sumérios.

Mosaico

Estandarte de Ur, Mesopotâmia.

No Egito Antigo, os mosaicos eram utilizados para decorar sarcófagos e colunas dos templos. Nos achados arqueológicos dos persas, gregos e romanos, também foram encontradas diversas obras em mosaico dessas civilizações. Mas foi um pouco mais tarde que a arte musiva atingiria seu apogeu, com os bizantinos.

Durante o Império Bizantino, também conhecido por Império Romano do Oriente, os mosaicos foram largamente utilizados para retratar passagens bíblicas e podem ser encontrados até os dias de hoje em igrejas. Alguns dos mosaicos mais famosos desse período estão na Igreja de Ravena, na Itália.

Mosaico

Igreja de Ravena, Itália.

No mundo islâmico, os mosaicos também foram bastante utilizados e até hoje inúmeras mesquitas preservam seu revestimento detalhado com essa arte, inclusive com peças de ouro.

Durante o período do Renascimento - entre os séculos XIV e XVI - a arte musiva difundiu-se na Europa Ocidental. Muitas obras em mosaico desse período, sob influência dos ideais antropocentristas, retratavam serem humanos com grande perfeição.

Nessa época, Roma tornou-se o principal local de produção de mosaicos, grande parte deles era feito no Studio Vaticano de Mosaico. Na Basílica de São Pedro, igreja do Vaticano e marco importante do cristianismo, também é possível encontrar mosaicos que datam desse período.

MosaicoBasílica de São Pedro, Itália.

Mais recentemente, o arquiteto catalão Antoni Gaudí (1852-1926) começou a usar mosaicos como decoração em algumas de suas construções. Diferente dos mosaicos tradicionais, feitos em superfícies planas, Gaudí passou a utilizar o mosaico em áreas de geometria mais complexa. Grande parte de seus mosaicos estão na cidade de Barcelona, na Espanha, e se tornaram pontos turísticos da capital.

MosaicoObra de Gaudí, Espanha.

Calçadão de Copacabana

Um dos famosos mosaicos do Brasil é o calçadão de Copacabana, feito em pedras pretas e brancas, que representam as ondas do mar. Considerado um dos símbolos do Rio de Janeiro, o calçadão foi inspirado na Praça do Rocio de Lisboa, cujas ondas, nesse caso, representam o encontro do mar com o rio Tejo.

MosaicoCalçadão de Copacabana, Rio de Janeiro.

Artesanato de Mosaico

Além das obras de arte, o mosaico também é uma técnica bastante usada em artesanatos. É comum encontrar artefatos como vasos, mesas e bancos cobertos com ilustrações feitas com pastilhas em mosaico.

Para fazer um mosaico em casa, basta ter os pedaços dos materiais que serão utilizados e cola apropriada para a superfície em que os desenhos serão colados.

Veja também o significado de história da arte.

Sónia Cunha
Revisão por Sónia Cunha
Licenciada em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (2003), e em Conservação e Restauro pelo Instituto Politécnico de Tomar (2006).
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