Frases com vírgula: 62 exemplos do uso da vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação empregado para marcar pausas curtas durante a leitura. Pertence à categoria dos sinais que indicam pausas, ao lado do ponto e do ponto e vírgula.
Exemplos de frases com vírgula:
- "Ao final do dia, costumo relaxar assistindo a um bom filme."
- "Ela estudou durante toda a tarde, preparando-se para a prova."
- "Após a chuva, o ar ficou mais fresco e agradável."
O uso da vírgula, entretanto, não se limita apenas à marcação de pausas. Também apresenta outras funções nas frases, como, por exemplo, separar elementos gramaticais ou eliminar ambiguidades. Veremos a seguir as principais regras de uso da vírgula na língua portuguesa.
Quando usar vírgula
Para separar termos e orações coordenadas (listas)
A vírgula é usada para separar termos ou orações coordenadas, isto é, palavras ou expressões que exercem a mesma função sintática na frase e não são ligados por conjunções, como elementos de uma lista.
Exemplos:
- "Eu gosto de ler, escrever e jogar futebol."
- "Comprei tudo: maçãs, bananas e peras".
- "Acordei cedo, fiz o café, li o jornal, saí de casa."
Para isolar vocativos
Quando há um vocativo (palavra ou expressão que chama ou invoca alguém), a vírgula é usada para separá-lo do restante da frase.
Exemplos:
- "Maria, venha aqui".
- "É tarde, filho, vamos embora."
Para isolar apostos
A vírgula é usada para separar apostos, termos que explicam ou caracterizam um substantivo da frase.
Exemplos:
- "O livro, obra de Machado de Assis, é um clássico da literatura brasileira."
- "Minha amiga, a professora de matemática, é muito dedicada."
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Para separar o local nas datas
A vírgula também é utilizada para separar tempo e localidade nas datas.
Exemplos:
- "São Paulo, 27 de novembro de 2011."
- "Belém, 22 de fevereiro de 2022."
Após conjunções adversativas (mas, porém, entretanto...)
A vírgula é utilizada após a conjunção adversativa, termos que conectam dois elementos na frase, indicando uma relação de oposição.
Exemplos:
- "Ele estudou muito para a prova, mas não conseguiu obter uma boa nota."
- "João adora música clássica, porém, seus amigos preferem rock."
- "Rafaela queria sair do cinema, entretanto, estava chovendo muito."
Para separar orações subordinadas adverbiais
Orações subordinadas adverbiais são dependentes e funcionam como adjuntos adverbiais. Geralmente, são separadas por vírgula quando precedem a oração principal.
Exemplos:
- "Antes de sair, verifique se desligou todos os aparelhos eletrônicos."
- "Após terminar o trabalho, ele saiu para passear."
- "Quando chegamos ao parque, as crianças já estavam brincando."
Para Indicar elipse (zeugma)
A vírgula também é empregada para indicar a ocorrência de elipse, ou seja, a omissão de um termo na frase. No caso do zeugma, um tipo específico de elipse que ocorre para omitir um termo repetido no enunciado, a vírgula é utilizada para sinalizar a omissão de um verbo.
Exemplos:
- "João gosta de nadar; Maria, de correr."
- "O pintor escolheu as cores; o escultor, os materiais."
- "Pedro toca violão; Paula, piano."
Depois dos advérbios "sim" e "não"
Emprega-se vírgula após os advérbios "sim" e "não" quando estes iniciam uma oração desempenham o papel de respostas.
Exemplos:
- "Sim, estou interessado na proposta."
- "Não, ainda não recebemos a documentação necessária."
Para separar elementos repetidos
A vírgula é utilizada entre elementos repetidos, como advérbios, conjunções ou adjetivos, quando são usados para reforçar o sentido de um termo na frase.
Exemplos:
- "Logo, logo, a primavera trará flores coloridas ao jardim."
- "Estou preparando o jantar. Já, já fica pronto."
Para separar palavras ou expressões de explicação, correção, continuação
Palavras ou expressões que indicam correção ou explicação na frase são separadas por vírgulas.
Exemplos:
- "Ela mora em São Paulo, isto é, na capital do estado."
- "Comprei um presente para você, aliás, dois presentes."
- "A aula foi cancelada, ou seja, adiada para a próxima semana."
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Para isolar anacoluto
O anacoluto ocorre quando um termo é inicialmente introduzido no início da oração, mas a estrutura da frase é modificada, levando à perda de conexão e função sintática desse termo com os demais elementos do enunciado.
Exemplos:
- "O Brasil, um país com grande potencial, mas que ainda precisa de muito desenvolvimento."
- "A criança, como é difícil de educar."
- "A vida, não sei como será sem ele."
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Isolar orações conectadas pela conjunção "e" com sujeitos diferentes
Devem ser separadas por vírgula orações num mesmo período, ligadas por "e", se tiverem sujeitos diferentes.
Exemplos:
- "Maria adora ler, e Pedro gosta de praticar esportes."
- "O sol estava se pondo, e as estrelas começaram a aparecer no céu."
- "A festa foi animada, e todos os convidados se divertiram."
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Quando NÃO usar vírgula
Entre sujeito e predicado
A vírgula nunca deve separar o sujeito do predicado.
Exemplos:
Errado |
Correto |
---|---|
O menino, jogou bola. |
O menino jogou a bola. |
Os alunos, estudaram muito. |
Os alunos estudaram muito. |
Entre o verbo e seus complementos
Quando verbo e complemento estão juntos, não devem ser separados por vírgula.
Errado |
Correto |
---|---|
Ricardo escreve, poesias apaixonadas. |
Ricardo escreve poesias apaixonadas. |
Nós visitamos, o museu ontem. |
Nós visitamos o museu ontem. |
Antes de oração adverbial consecutiva iniciada por "que"
Se a oração subordinada adverbial consecutiva for iniciada por "que", não deve ser precedida por vírgula.
Errado |
Correto |
---|---|
O time jogou tanto, que venceu o campeonato. |
O time jogou tanto que venceu o campeonato. |
Era tão pouca comida, que recusei o jantar. | Era tão pouca comida que recusei o jantar. |
Isolando orações subordinadas adjetivas restritivas
Orações subordinadas adjetivas restritivas, ao contrário das explicativas, fornecem informação essencial ao termo anterior e não podem ser omitidas. Por essa razão, não são separadas por vírgulas.
Exemplos:
Errado |
Correto |
---|---|
A pessoa, que venceu a competição, treinou intensamente. | A pessoa que venceu a competição treinou intensamente. |
Os alunos, que estudam com dedicação, conseguem bons resultados. | Os alunos que estudam com dedicação conseguem bons resultados. |
Casos específicos
Antes de “que”
A vírgula é usada antes de "que" em orações adjetivas explicativas.
Exemplos:
- "Maria, que estuda biologia, sempre se destaca nas aulas."
- "O filme, que recebeu vários prêmios, será exibido no próximo festival."
- Em orações adjetivas restritivas, parte integrante do termo anterior, não se utiliza vírgula.
Exemplos:
- "O aluno que estudou obteve boas notas."
- "A casa que foi construída recentemente é muito moderna."
Depois de “mas”
A conjunção "mas" geralmente não é seguida por vírgula.
Exemplos:
- "Gostaria de ir ao teatro, mas estou sem tempo."
- "Ela estava nervosa, mas conseguiu se expressar claramente."
Utiliza-se vírgula após "mas" apenas quando é seguido por uma oração intercalada.
- "Ele estava cansado, mas, apesar disso, continuou trabalhando."
- "Gostaria de ir ao cinema, mas, infelizmente, estou sem tempo."
Antes de “e”
Normalmente, não se usa vírgula antes da conjunção "e" em enumerações:
Exemplos:
- "Comprei maçãs, bananas e peras no mercado."
- "Precisamos revisar, corrigir e aprovar o documento."
Deve se utilizar a vírgula antes de "e", entretanto, em duas exceções:
- Quando está entre duas orações com sujeitos diferentes.
- Quando faz parte de uma expressão intercalada.
Exemplos:
- "Ele gosta de estudar história, e ela prefere matemática." (orações com sujeitos diferentes)
- "O livro, escrito por um autor famoso, e muito elogiado, foi lançado hoje." (oração intercalada)
Uso facultativo da vírgula
Antes da conjunção “ou” entre orações
É possível utilizar vírgula antes da conjunção "ou" que liga orações para enfatizar um trecho.
Exemplos:
- "Podemos optar por fazer uma viagem, ou simplesmente descansar em casa."
- "Podemos optar por fazer uma viagem ou simplesmente descansar em casa."
Após adjunto adverbial
A vírgula antes do adjunto adverbial é opcional quando a oração está na ordem direta.
Exemplos:
- "Maria estudou bastante, ontem à noite."
- "Maria estudou bastante ontem à noite."
No início de orações subordinadas adverbiais
A vírgula é opcional quando a oração subordinada adverbial está na ordem direta.
Exemplos:
- "Eles saíram tarde, pois havia muito trânsito."
- "Eles saíram tarde pois havia muito trânsito."
Isolando expressões opinativas
É facultado o uso da vírgula para isolar expressões que indicam um ponto de vista individual.
Exemplos:
- "Na minha opinião, o filme foi excelente."
- "Na minha opinião o filme foi excelente."
No início da oração, após objeto direto ou indireto
Faculta-se a vírgula quando o objeto é antecipado antes do verbo, invertendo a ordem direta.
Exemplos:
- "A praia, eu visitei no último verão."
- "A praia eu visitei no último verão."
Após adjunto adverbial de curta extensão
O adjunto adverbial de curta extensão (formado por até duas palavras), quando deslocado na frase, pode ou não ser separado por vírgula.
Exemplos:
- "Com entusiasmo, ela aceitou o convite."
- "Com entusiasmo ela aceitou o convite."
Depois das conjunções adversativas no início do período
Faculta-se a vírgula quando a conjunção adversativa estiver deslocada para o início do período.
Exemplos:
- "Entretanto, os resultados foram surpreendentes."
- "Entretanto os resultados foram surpreendentes."
Bibliografia:
- BECHARA, Evanildo. Gramática Escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2009.
- CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 2015.
Para praticar:
- Exercício sobre uso da vírgula (com gabarito explicado)
- Exercícios sobre sinais de pontuação (com gabarito respondido)
Veja também:
-
Exercício sobre uso da vírgula (com gabarito explicado)
-
Sinais de Pontuação: como usar cada um (com exemplos)
-
Exercícios sobre sinais de pontuação (com gabarito respondido)
-
Ponto final
-
Conjunções subordinativas
-
Ponto de Interrogação (?)
-
Período Simples e Composto
-
Exercícios sobre orações subordinadas substantivas (com respostas)
-
Exercícios sobre orações subordinadas adverbiais (com respostas)
-
Uso dos "porquês": regras, tipos e diferenças