O que foi o apartheid na África do Sul

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Apartheid foi uma política estatal de segregação racial imposta na África do Sul, que separava o país entre brancos e negros.

Apartheid é uma palavra do idioma africânder que significa separação.

Esse sistema de segregação vigorou entre 1948 e 1994, e era comandado pela minoria branca na África do Sul. Criado pelo Partido Nacional, tinha como objetivo alcançar o desenvolvimento através da separação política, econômica, social e espacial de "diferentes raças".

A política do apartheid negligenciava a qualidade de vida da população negra e não permitia a sua participação política. Apenas brancos podiam votar e o casamento e relações sexuais interraciais eram proibidas.

A palavra Apartheid acabou também por ser usada para descrever qualquer tipo de política ou prática que divide pessoas segundo a sua cor de pele.

Regime do apartheid

A região que hoje é a África do Sul foi disputada entre holandeses e ingleses entre os séculos XVII e XIX. Os europeus tinham interesse nas pedras preciosas locais, como diamante e ouro. O domínio holandês durou anos e influenciou o idioma falado na região, o africânder, de base linguística neerlandesa (holandesa).

Entretanto, em 1902, os ingleses venceram a disputa armada e dominaram oficialmente o lugar. Nesse período, as primeiras medidas de segregação entre brancos e negros foram implementadas, como limitação espacial onde a população negra poderia viver. Somente 7% do território da África do Sul era destinado aos negros, que representavam mais da metade da população.

Porém, foi em 1948 que o sistema de segregação racial chamado de apartheid foi colocado oficialmente em prática, com a chegada ao poder do Partido Nacional. Entre as principais medidas estava a proibição de casamentos e relações sexuais entre pessoas brancas e as consideradas de outras raças e a classificação racial dos indivíduos.

O procedimento de classificação racial de pessoas dividiu a população sul-africana em quatro raças: brancos, africanos, negros e indianos. Amigos e familiares, classificados em raças diferentes, foram obrigados a se separar.

A política racista do apartheid tinha como principal objetivo submeter a maioria da população a uma reduzida minoria branca, que seria a única a ter acesso ao poder político e econômico no país.

Nelson Mandela e a resistência negra ao apartheid

Nelson Mandela foi uma das figuras históricas mais importantes da África do Sul e do mundo, foi o principal líder na luta pelo fim do apartheid. Mandela presidiu a organização conhecida como Congresso Nacional Africano (CNA), que se opôs ao regime.

Esse movimento de oposição resultou na morte de dezenas de pessoas negras e na prisão de Mandela, em 1962. O líder sul-africano foi condenado a prisão perpétua e ficou preso durante 27 anos. Mesmo na cadeia, conseguia auxiliar na organização política de resistência.

Em fevereiro de 1990, o presidente da África do Sul, Frederick de Klerk, pressionado por países estrangeiros e pelas Nações Unidas (ONU), terminou o banimento do CNA e de outros movimentos políticos negros. Também permitiu a liberdade de imprensa e anunciou a libertação dos prisioneiros políticos, entre eles, Nelson Mandela.

Somente em 1994, quando foi instituído um governo democrático em que a população negra pode participar da votação, chegou ao fim o apartheid. Nelson Mandela foi eleito e se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul.

Veja também: Os 5 momentos mais importantes na luta contra o preconceito e o racismo.

Características do apartheid

  • Segregação espacial, social e econômica entre pessoas brancas e negras;
  • Proibição do casamento ou de relações sexuais entre pessoas brancas e de "outras raças";
  • Pessoas negras só poderiam circular em determinadas regiões com passe de autorização;
  • Pessoas negras eram proibidas de votar e se organizar politicamente;
  • Acesso à educação, saúde e saneamento era negado ou enfraquecido em áreas de habitação da população negra;
  • A população era classificada por raças, que constavam em seus documentos, e determinavam o seu poder de circulação, político, local de habitação e condições de vida.

Apartheid social

A expressão apartheid social é usada para nominar uma situação em que pessoas de determinados estratos sociais são rejeitadas ou discriminadas. Sendo uma população que não tem acesso as mesmas oportunidades que as demais, é como se vivessem em uma segregação não oficial.

Assim, fala-se em apartheid social quando um grupo, não tendo acesso a condições satisfatórias de educação, saneamento básico, saúde, transporte e moradia, acaba sendo marginalizado da sociedade.

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