Significado de Teleologia

Pedro Menezes
Revisão por Pedro Menezes
Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação

O que é Teleologia:

Teleologia, da palavra grega télos, que significa propósito ou fim, é o estudo dos objetivos, fins, propósitos e destinos.

Na teleologia acredita-se que os seres humanos e outros organismos têm finalidades e objetivos que orientam seu comportamento.

Para entender melhor, leia os exemplos abaixo:

  1. Objetos, como facas e televisões, parecem ter propósitos que são colocados pelos humanos para eles.
  2. As metas e propósitos do ser humano, são aparentemente inerentes ao psicológico dos mesmo.

Sendo assim, muitos filósofos imaginam que apenas seres conscientes e suas criações podem ter um télos.

A história da teleologia

A teleologia, embora nomeada por Christian von Wolff em 1728, originou-se no mundo ocidental com Platão e Aristóteles. Eles concordaram substancialmente que o propósito da natureza era óbvio e claro.

Eles descreveram ideias que ignoram o propósito da natureza como "absurdas", argumentando contra as ideias anteriores de Demócrito e Lucrécio.

Esses dois últimos citados promoveram o que hoje chamamos de acidentalismo: a visão científica padrão moderna, de que as causas físicas imediatas dos eventos são as únicas causas.

A teleologia por Platão e Aristóteles

Platão acreditava que os propósitos naturais das coisas eram realizar seu potencial de bondade, herdado de suas "formas platônicas", ou seja, dos ideais abstratos. Assim, para ele, as coisas materiais não passavam de meras imitações (imperfeitas) das ideias.

Aristóteles, porém, discordava de Platão. Ele achava que as coisas naturais tinham propósitos naturais inerentes em algum outro sentido, nunca bem definidas.

Aristóteles distinguiu quatro tipos de causa, com “causa final” sendo o objetivo ou o fim de algo, e argumentou que era uma forma severa de estupidez pensar apenas em causas imediatas;

Ele teria dito, por exemplo, que descrever a evolução das esferas oculares sem reconhecer que a causa final - o benefício de ver - é a causa primária, é estúpida.

Depois de Aristóteles, Immanuel Kant analisou a teleologia no século XVIII, de maneira consistente como Aristóteles, e que influenciou as ideias de Hegel, onde a história e a humanidade têm algum tipo de destino natural.

Embora a teleologia natural proposta por Kant fosse inconsistente com a ciência moderna, sua análise completa é uma base da discussão.

A natureza e a teleologia

Historicamente, durante as eras da humanidade, quando quase todo mundo acreditava em deuses, não era um problema atribuir propósitos à natureza, já que ela era considerada algo criado por ser(es) consciente(s): Deus(es).

E até filósofos sem crenças religiosas tradicionais se sentiam compelidos pela aparente inteligência do 'design' da natureza a assumir que ela é teleológica em algum sentido.

Porém, agora a teoria da seleção natural mostrou como os organismos podem evoluir sem objetivo. Com isso, a maioria dos filósofos e cientistas concordam que a natureza não tem télos.

Teleologia X Evolucionismo

Algumas pessoas interpretam a evolução como uma maneira pela qual a natureza passa a ter télos real sem intenção.

Em outras palavras, talvez a lei natural não tenha propósitos inerentes, mas também, talvez a evolução coloque um propósito real na natureza.

Quase tudo na biologia é do jeito que é por causa da sua função. Os olhos são para ver, por exemplo, mas esse tipo de afirmação implica que a evolução do olho foi causada por seu objetivo, e não pelo processo de mutação aleatória e seleção natural.

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Pedro Menezes
Revisão por Pedro Menezes
Licenciado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Mestre em Ciências da Educação pela Universidade do Porto (FPCEUP).
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