Teoria do Fixismo: o que é o fixismo?

Ana Zita Fernandes
Revisão por Ana Zita Fernandes
Doutora em Bioquímica e Investigadora científica

O fixismo é a teoria não religiosa de que as espécies vivas atualmente são idênticas às do passado.

O fixismo acredita que a evolução não acontece e que as espécies saíram já adaptadas ao meio ambiente, sem passar por qualquer mudança.

Seguindo esse pensamento, a teoria fixista se opõe ao evolucionismo, que é a ideia de que as espécies atuais emergiram de transformações graduais sofridas por espécies ancestrais e extintas.

A versão religiosa do fixismo é chamada de criacionismo, porém intérpretes religiosos modernizados ensinam o criacionismo como uma sabedoria metafórica e não como oposição ao evolucionismo.

A origem e história do fixismo

A descoberta histórica da evolução foi a derrubada do fixismo de espécies. Desde os tempos antigos, os intelectuais ocidentais concebiam um mundo estável e imutável que fora criado por Deus, com a mesmas características da condição atual.

Começando no início do século XVII, as crenças tradicionais foram abaladas por uma série de desafios à constância e estabilidade do mundo. Assim, a fixidez das espécies era o último vestígio de um mundo estável e imutável dos antigos.

O trabalho de Darwin, pai da teoria do evolucionismo, era desafiador: a derrubada de uma antiga crença na estabilidade.

Veja também o significado de evolucionismo.

darwinCharles Darwin, considerado o pai da teoria evolucionista.

Quando a metade do século XIX se aproximou, a ideia de evolução representou um sério desafio para a visão então popular de que as espécies eram acessórios imutáveis da natureza.

O conceito de Fixidade das Espécies, era uma perspectiva que os zoólogos europeus adotaram para refletir a religião ocidental e a história da criação, conforme estabelecido na Bíblia.

Uma característica fundamental do argumento científico para "fixidez" era a noção de que a estrutura de cada espécie se baseava em um modelo, uma forma ideal.

A argumentação que os zoólogos e botânicos usavam era de que cada ser cresceu como um produto dos atos "perfeitos" da criação de Deus.

Assim, se cada um fosse feito para ser perfeito, não haveria razão para que alguém mudasse, e nenhuma possibilidade que eles fizessem. A ideia de fixidez, no entanto, não foi satisfatória para todos.

Veja também o significado de darwinismo.

Diferença entre Fixismo e Evolucionismo

Alguns geólogos e zoólogos pensaram que as espécies poderiam realmente mudar ao longo do tempo. De fato, a possibilidade de a evolução ser uma característica fundamental da natureza acabou se tornando a questão crucial da ciência do século XIX.

Uma das razões pelas quais isso aconteceu foi que os fósseis foram lentamente sendo descobertos, alguns em ambientes altamente "imperfeitos" que pareciam não seguir a lógica da criação.

Isso ocorreu, por exemplo, com as conchas marinhas encontradas enterradas no topo de montanhas, como os Alpes e o Himalaia. Darwin, então, se permitiu imaginar se as espécies eram fixas ou propensas à evolução.

Com a intensa experiência de cinco anos de trabalho, coletando e descrevendo um vasto número e variedade de espécies, ele se desenvolveu como um naturalista ímpar.

Ele passou a ver as espécies de forma diferente do que aqueles que viram a perfeição neles. Darwin não se concentrou na mesmice dos indivíduos; em vez disso, ele achava importante que indivíduos, como você e eu, variassem apesar de pertencermos à mesma espécie.

Ele percebeu que as variações poderiam se tornar a matéria-prima para a mudança evolutiva.

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Ana Zita Fernandes
Revisão por Ana Zita Fernandes
Doutora em Bioquímica do Instituto Venezuelano de Investigações Científicas - IVIC (2001). Investigadora com mais de dez anos de experiência em instituições científicas na Venezuela e Austrália. Atualmente divide a redação de conteúdos educativos com a agricultura científica.
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