Filosofia Antiga
A Filosofia Antiga é o período compreendido entre o surgimento da filosofia no século VII a.C. e a queda do Império Romano.
Ela marca a primeira forma de pensamento filosófico existente. Seu início ocorreu na Grécia, cerca de 600 a.C. como forma de questionamento a mitos e superstições.
Os pensamentos desenvolvidos na época serviram de base para a construção do raciocínio crítico e do modo de pensar ocidental.
Antes, não havia preferência para explicações racionais e lógicas para os fenômenos da natureza. Com os primeiros raciocínios filosóficos (baseados em análises empíricas da realidade), surgiram as primeiras formas de ciências.
Principais características da Filosofia Antiga
As características mais importantes da filosofia antiga:
- Foi a primeira etapa da filosofia ocidental;
- surgiu na Grécia Antiga no século XVII e durou até a Queda do Império Romano, no século V;
- serviu de base para o modo de pensar ocidental e resultou no surgimento das primeiras formas de ciência;
- é divida em três períodos: pré-socrático, socrático e helenístico;
- suas principais escolas são: platonismo, aristotelismo, estoicismo, epicurismo, ceticismo, cinismo;
- Entre seus principais representantes estão: Platão, Aristóteles, Epicuro, Tales de Mileto e Sócrates.
Períodos da Filosofia Antiga
Pré-socrático (século VII - V a.C.)
Ocorreu durante o chamado de Período Arcaico da Grécia. Os estudos filosóficos da época buscavam explicar a natureza e a própria realidade.
Nesse período houve grande avanço da astronomia e o nascimento da Física, com destaque ao filósofo Tales de Mileto.
Socrático (século V - IV a.C.)
Também chamado de Período Clássico, ocupou-se de questões relacionadas ao ser humano, preocupando-se com temas relacionados à alma, vícios e virtudes.
Foi durante esse período que a democracia se estabeleceu na Grécia. Os destaques da época foram Sócrates, Aristóteles e Platão.
Helenístico (século IV a.C. - VI d.C.)
É período menos definido da Filosofia Antiga, com ideias e soluções menos categóricas do que os períodos anteriores.
Além de temas relacionados à natureza e ao homem, os filósofos helenísticos estudavam as formas com que o ser humano pode ser feliz, independente de circunstâncias que fogem ao seu poder, como governo, sociedade, etc.
Alguns destaques do período helenístico são Epicuro, Aristóteles e Zenão de Cítio.
Escolas da Filosofia Antiga
As escolas da filosofia antiga se iniciam apenas com Platão no século V a.C., não englobando, portanto, o período pré-socrático.
Isso ocorre porque antes a Filosofia não era ensinada por texto e pouquíssimas anotações de filósofos pré-socráticos como Pitágoras, Parmênides, Heráclito e Tales foram recuperadas.
As escolas da Filosofia Antiga formaram-se a partir de vertentes de raciocínio que ganharam mais forças e adeptos do que outras. Entre as principais estão:
Platonismo
Platão (427-347 a.C.) foi o primeiro filósofo antigo cujo trabalho pode ser acessado em grande quantidade.
Entre suas contribuições se destacam seus estudos políticos e o conceito de universais (tudo o que está presente em lugares e momentos diferentes, como sentimentos, cores, etc).
Platão estabeleceu uma escola em Atenas chamada Academia, que permaneceu em funcionamento até o ano 83 d.C., o que contribuiu para a disseminação das suas ideias mesmo após sua morte.
Aristotelismo
Aristóteles (384-322 a.C.) é um dos filósofos mais influentes da história. Seus ensinamentos foram essenciais para o avanço de diversas áreas como lógica, ética, retórica, biologia, etc.
O trabalho de Aristóteles exerceu extrema influência não apenas na tradição ocidental, mas também na indiana e arábica.
Estoicismo
O estoicismo foi uma escola filosófica iniciada em Atenas por Zenão de Cítio, por volta do ano 300 a.C.
Para os estoicos, o objetivo da Filosofia era levar o ser humano a um estado de tranquilidade absoluta, independente de fatores externos ao indivíduo.
O estoicismo tinha como foco o estudo da Metafísica e o conceito de logos (ordem universal), defendendo que tudo o que acontece, acontece por uma razão.
Epicurismo
Epicuro (341-270 a.C.) defendia que a única forma digna de se viver é mediante prazeres moderados que não se confundiam com os vícios.
Suas ideias se voltavam para o cultivo de amizades e atividades artísticas como Música e Literatura.
Epicuro também defendia que tudo acontece por acaso e que a realidade em que vivemos é apenas uma entre várias possíveis.
Ceticismo
O ceticismo foi uma escola filosófica iniciada por Pirro de Élis (360-270 a.C.) que defendia um constante questionamento de todos os aspectos da vida.
Pirro acreditava que a ausência de julgamentos era suficiente para conduzir o ser humano à felicidade.
Cinismo
A escola filosófica do cinismo foi iniciada por Antístenes (445-365 a.C.). A corrente acreditava que o sentido da vida era viver conforme a própria natureza.
Assim, a virtude consistiria em rejeitar os desejos de riqueza, poder e fama e buscar uma vida simples.
Contexto histórico
A Filosofia Antiga iniciou no século VII a.C., na região da Jônia, na Grécia. As cidades que compunham a região eram movimentados polos mercantis do Mar Mediterrâneo, por isso, possuíam grande concentração de intelectuais.
Foi precisamente na cidade de Mileto que surgiram os três primeiros filósofos: Tales, Anaximandro e Anaxímenes.
Suas ideias rejeitavam as explicações tradicionais baseadas na religião e buscavam apresentar uma teoria cosmológica baseada em fenômenos observáveis.
Em termos históricos, a Filosofia Antiga se estende até o século V d.C., quando ocorre a queda do Império Romano e a transição da Antiguidade para Idade Média.
Principais filósofos antigos
Entre os principais filósofos da Antiguidade estão:
Tales de Mileto (623-546 a.C.): considerado o pai da filosofia, viveu no período pré-socrático. Apresentou os primeiros questionamentos empíricos e acreditava que a água era a substância primordial a partir da qual tudo ganhava vida.
Anaximandro (610-547 a.C.): assim como Tales, acreditava na existência de uma substância que fundamentava a vida e todas as coisas. Para ele, essa substância era denominada ápeiron (infinita, eterna e imortal), e dava massa a tudo no universo.
Anaxímenes (588-524 a.C.): discípulo de Anaximandro, acreditava que a substância primordial iniciadora de todas as coisas era o ar.
Pitágoras de Samos (570-490 a.C.): apresentou um ponto de vista matemático para a explicar a origem das coisas. Seu pensamento foi fundamental para o avanço das ciências exatas.
Heráclito (535-475 a.C.): acreditava que o fogo era a substância fundamental da natureza. Suas reflexões metafísicas defendiam que os processos de mudança e o fluxo constante da vida eram resultado de forças opostas exercidas pelo universo.
Parmênides (510-470 a.C.): contribuiu para o avanço da Ontologia (estudos do ser).
Zenão de Eleia (488-430 a.C.): seus pensamentos eram voltados para a elaboração de paradoxos que inviabilizavam as teorias nas quais não acreditava. Entre os principais temas atacados estavam a divisibilidade, a multiplicidade e o movimento, que, segundo o filósofo, são apenas ilusões.
Empédocles (490-430 a.C.): defendia que o mundo era estruturado sobre quatro elementos naturais (ar, água, fogo e terra), que seriam manipulados por forças denominadas amor e ódio.
Demócrito (460-370 a.C.): criador do atomismo, segundo o qual a realidade era formada por partículas invisíveis e indivisíveis denominadas de átomos.
Sócrates (469-399 a.C.): contribuiu enormemente para os estudos do ser e de sua essência. Sua filosofia fazia uso constante da maiêutica, um método de reflexão crítica voltado para a desconstrução de preconceitos e para a geração de autoconhecimento.
Platão (427-347 a.C.): contribuiu para basicamente todas as áreas do conhecimento e defendia o conceito de universais.
Aristóteles (384-322 a.C.): sua filosofia serviu como base para o pensamento lógico e científico. Assim como Platão, escreveu inúmeras obras sobre Metafísica, Política, Ética, Artes, etc.
Epicuro (324-271 a.C.): defendia que o propósito da vida era o prazer moderado, ou seja, saudável e livre de vícios.
Zenão de Cítio (336-263 a.C.): fundador do estoicismo, entendia que a felicidade independia de fatores externos ao indivíduo.
Diógenes(413-327 a.C.): adepto do cinismo, defendia que a felicidade estava no autoconhecimento e afastada de bens materiais.
Veja também:
- Filosofia Moderna
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- Estoicismo: o que é, significado e o que é ser estoico
- Epicurismo
- Frases filosóficas de grandes pensadores e seus significados
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- Conhece-te a ti mesmo (entenda o que significa)
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