Bobo da Corte
O bobo da corte foi um personagem típico das cortes europeias medievais e renascentistas, cuja principal função era entreter o rei e seus convidados com piadas, músicas, danças, sátiras e comentários ácidos.
Apesar da aparência cômica e do comportamento irreverente, o bobo não era apenas um palhaço. Ele ocupava um cargo oficial dentro da corte, muitas vezes com liberdades que outros cortesãos não tinham. Em alguns casos, podia até fazer críticas ao rei ou aos nobres, algo impensável para os demais.
A figura do bobo da corte tem origem no Império Bizantino, mas ganhou destaque na Europa Ocidental após as Cruzadas. Entre os séculos XII e XVII, tornou-se presença comum nas cortes de reis, imperadores e nobres.
Com o tempo, e principalmente com a centralização do poder monárquico e o avanço do Iluminismo, o papel do bobo perdeu força, desaparecendo gradualmente das cortes até o século XVII.

O bobo da corte também é conhecido como bufão, termo derivado do italiano buffone. Ambos os termos designam esse personagem cômico e satírico que tinha liberdade para entreter e criticar dentro do ambiente cortesão.
Características do bobo da corte
- Era um artista multifuncional: além de contar piadas, declamava poesias, tocava instrumentos, dançava e organizava cerimônias;
- Vestia-se de forma chamativa, com roupas coloridas e chapéus pontudos com guizos (sinos);
- Exagerava nos gestos, palavras e aparência, utilizando o excesso como marca registrada do seu humor;
- Tinha a licença para criticar, fazer sátiras e abordar temas delicados com ironia e sarcasmo.
Esse comportamento subversivo era tolerado por ser envolto no riso e na comédia, funcionando como uma forma velada de crítica social e política.