Relevo brasileiro

Vinícius Marques
Revisão por Vinícius Marques
Professor de Geografia

O relevo brasileiro é formado pelos diferentes tipos de paisagens naturais que compõe a superfície terrestre no Brasil.

Relevo é o nome dado as variações dos aspectos físicos que constituem a superfície de uma região. Cada forma de relevo tem suas características.

As quatro principais classificações de relevo presentes no Brasil são: planaltos, planícies, montanhas e depressões.

Essas variações na superfície da Terra acontecem devido a processos geológicos (placas tectônicas) e pela erosão, que pode ser resultado da ação da pela água (mar, rio, chuva), vento, fungos, animais, entre outros, ao longo de muitos anos.

Mapa do relevo brasileiro

No Brasil, há vários tipos de relevo, mas os principais são: planaltos, planícies e depressões. Em menor quantidade também podemos encontrar montanhas.

Veja a localização do relevo brasileiro no mapa:

RelevoMapa dos relevos do Brasil (Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE).

Classificação do relevo brasileiro

Planaltos

Os planaltos - também chamados de platôs - são regiões com altitudes normalmente acima de 300 metros. Têm a sua superfície elevada e possuem um cume (ou pico) nivelado. As extremidades possuem altitude mais baixa.

São originados principalmente por processos de erosão causados pela ação dos ventos e das águas. Os planaltos podem ser de três tipos: basálticos, sedimentares ou cristalinos.

Os basálticos possuem rochas vulcânicas em sua constituição principal e os sedimentares são formados por rochas sedimentares. Já os planaltos cristalinos são formados por rochas cristalinas.

MonteO Monte Roraima é um planalto.

No Brasil, esse tipo de relevo pode ser encontrado principalmente no centro-sul do país. Estima-se que a área ocupada por planaltos chegue a 5 milhões de quilômetros quadrados.

Estes são alguns dos planaltos encontrados no Brasil:

  • Planalto Central:
  • Planalto das Guianas:
  • Monte Roraima:
  • Planalto Nordestino.

Saiba mais detalhes sobre os planaltos.

Planícies

As planícies, como o nome indica, são regiões planas. Estão localizadas em áreas de baixa altitude, que atingem no máximo 100 metros em relação ao nível do mar.

São formadas por sedimentos originados do ecossistema aquífero, tanto dos mares, como dos rios e lagos. As planícies podem ser formadas por diferentes tipos de sedimentos e, conforme a formação, recebem uma classificação distinta.

Se for formada em zona de mar, recebe o nome de planície costeira. Caso seja localizada em região de rio, será uma planície fluvial. Existem ainda as planícies lacustres, localizadas próximas aos lagos.

PlanícieA Planície Amazônica é um exemplo de forma de relevo planície.

No Brasil, podemos encontrar esse tipo de relevo principalmente nas regiões norte e centro-oeste. Algumas das planícies brasileiras são:

  • Planície Amazônica;
  • Planície Litorânea;
  • Planície do Rio Araguaia.

Diferença entre planaltos e planícies

Os planaltos e as planícies são duas formas de relevo com uma característica em comum: os dois são planos. A diferença entre eles é a altitude, já que os planaltos têm mais altitude se comparados às planícies.

Planaltos costumam estar acima de 300 metros e as planícies, normalmente, alcançam no máximo 100 metros.

Veja também o Bioma Amazônia.

Montanhas

As montanhas são o tipo de relevo que possui maior elevação, ou seja, possuem as maiores altitudes. Podem ser formadas por diferentes processos naturais, como por erupções vulcânicas(atividade dos vulcões) ou pela movimentação das placas tectônicas.

A formação de zonas montanhosas ocorre ao longo de um extenso período, sendo resultado da movimentação terrestre que, ao sofrer um abalo, acaba por elevar parte de sua superfície.

Existem montanhas em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. As regiões com esse tipo de relevo também são conhecidas como regiões serranas, em alusão à expressão "serra" (conjunto de montanhas).

Agulhas NegrasO Pico das Agulhas Negras é um exemplo do relevo montanhas.

Algumas das montanhas mais conhecidas no relevo brasileiros são:

  • Pico da Neblina;
  • Pico da Bandeira;
  • Pedra da Mina;
  • Pico das Agulhas Negras.

Depressões

Solo cinzento bastante rochoso com montanhas verde ao fundo.
Vale da Lua, em Goiás. Os vales são um tipo de depressão.

As depressões são formas de relevo caracterizadas por estarem ao nível do mar ou em altitudes menores em relação aos outros tipos de relevos próximos.

Em média possuem entre 100 e 500 metros e se caracterizam por serem mais planas. Se estiverem abaixo do nível do mar, são chamadas de depressões absolutas, as demais são chamadas de depressões relativas.

A formação de uma depressão ocorre principalmente pela ação das águas e do vento, o que resulta em trechos irregulares. Por essa razão, as depressões, apesar de serem planas, costumam ter desníveis em sua superfície.

As depressões podem ser de três tipos: marginais, periféricas ou interplanálticas. As marginais ficam próximas a bacias formadas por sedimentos e as periféricas são as localizadas em terrenos cristalinos ou sedimentares.

Já as depressões interplanálticas são as que têm altitudes mais baixas em relação aos planaltos próximos. No Brasil, o relevo é encontrado principalmente nas regiões sul e sudeste. Estas são algumas das depressões do relevo brasileiro:

  • Depressão Sul-Amazônica;
  • Depressão do Araguaia;
  • Depressão do Tocantins;
  • Depressão Norte-Amazônica.

Quais são os agentes do relevo?

Um relevo é alterado com o passar do tempo e os causadores dessas mudanças são chamados de agentes de relevo. Podem ser de dois tipos: exógenos ou endógenos.

Os agentes exógenos são elementos naturais que produzem alterações a partir de processos externos. Se caracterizam por causarem alterações acima da superfície terrestre. São exemplos de agentes exógenos: a ação da água e dos ventos na erosão do solo.

Os agentes endógenos são os agentes que causam transformações de dentro para fora. São capazes de alterar os relevos por meio da movimentação de placas tectônicas, terremotos ou pela atividade dos vulcões.

Leia mais sobre relevo.

Formas de relevo submarino

Assim como acontece sobre os continentes, no fundo dos mares também existem formas de relevo, chamadas de relevo submarino. Há quatro tipos principais relevos submarinos (ou relevos oceânicos) presentes no Brasil: plataformas continentais, taludes continentais, abissais e dorsais oceânicas.

Plataforma continental

É o primeiro tipo de relevo submarino após o relevo terrestre, fica localizada entre a superfície térrea e as regiões mais profundas dos oceanos.

Possui normalmente a profundidade máxima de 500 metros, sendo a região em que são realizadas atividades como pesca, extração mineral e petrolífera.

Como a plataforma continental possui menos profundidade, ela recebe luz solar. Por isso, nesse tipo de relevo vivem animais, plantas e organismos como os fitoplânctons.

Talude continental

O talude é um tipo de relevo submarino intermediário, localizado entre as plataformas continentais e as zonas abissais. Se caracteriza por ter um desnível marcante, formado por vales e montanhas totalmente submersos.

Sua profundidade pode chegar aos 3000 metros. Nesse relevo podem ser encontrados sedimentos pertencentes à região de plataforma continental.

Fossa Abissal

O relevo abissal fica localizado nas regiões mais profundas dos oceanos e pode ter mais de 10.000 metros de profundidade. É nesse relevo que existem formações como as fossas marinhas e as bacias.

Como é uma região de grande profundidade, ao contrário do que acontece com a plataforma continental, não recebe nenhuma luz solar. Por esse motivo, são poucas as formas de vida existentes nas zonas submarinas.

Dorsal oceânica

A dorsal oceânica é uma cadeia de montanhas embaixo do mar. É formada pelo afastamento de placas tectônicas. Chega ao território brasileiro a dorsal mesoatlântica. Os pontos mais altos das dorsais podem sair dos oceanos, formando ilhas.

Veja também quais são as características do bioma cerrado.

Vinícius Marques
Revisão por Vinícius Marques
Formado pela UNESP - Rio Claro (2016), é professor de Geografia e Ciências Humanas. Atua na educação básica (Ensino Fundamental II e Médio) e cursos pré-vestibular desde 2012, tendo experiência em projetos sociais, escolas públicas e privadas.
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