Osíris: o deus do julgamento na mitologia egípcia e seu tribunal explicados

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Osíris é o deus dos mortos egípcio, também associado à vegetação, ao julgamento e ao além. Foi um dos deuses mais populares do Egito Antigo, adorado desde épocas remotas até o período greco-romano, quando o Egito perdeu sua independência.

O deus é geralmente representado como uma figura mumificada, com pele verde e barba postiça, usando uma coroa branca com plumas, chamada Atef. Com os braços cruzados no peito, ele segura um cajado (Heqa) e um açoite (Nekhakha), símbolos de sua autoridade e poder.

Ilustração do deus Osíris.
Ilustração do deus Osíris.

A palavra "Osíris" significa "muitos olhos", simbolizando os raios do Sol, que veem tudo na terra e no mar.

Osíris é filho de Geb (deus da terra) e Nut (deusa do céu) e irmão de Ísis, Néftis e Seth. Ele faz parte da Enéade de Heliópolis. Ísis é tanto sua irmã quanto sua esposa.

Segundo a mitologia, Osíris governou o Egito e ensinou aos humanos a agricultura e a domesticação de animais, trazendo uma era de prosperidade.

A história de Osíris

O mito de Osíris O rei Osíris, com sua sabedoria e bondade, governava o Egito. No entanto, seu irmão Seth, movido pela inveja e pela obsessão pelo poder, tramou sua ruína. Em um banquete traiçoeiro, o deus do caos aprisionou o irmão em um sarcófago e o jogou nas águas do Nilo.

A deusa Ísis, desolada, percorreu o mundo em busca do corpo de seu amado. Após uma jornada árdua, ela o encontrou em Biblos, onde havia sido incorporado a uma árvore sagrada. Com a ajuda de deuses poderosos, ela resgatou o sarcófago e o levou de volta ao Egito.

Mas a fúria de Seth não se acalmou. Em um ato de profanação, ele desmembrou o corpo de Osíris e espalhou seus pedaços pelo país. Com a ajuda de sua irmã Néftis e do deus Anúbis, Ísis reuniu os fragmentos e, por meio de um ritual sagrado, ressuscitou o marido como senhor do além-túmulo.

Do amor de Ísis e Osíris nasceu Hórus, destinado a vingar a morte de seu pai. Após uma longa batalha, o deus dos céus derrotou o tio e assumiu o trono do Egito, enquanto o pai passou a julgar as almas no mundo dos mortos.

Tribunal de Osíris

Tribunal de Osíris
Detalhe de um papiro com a ilustração do Tribunal de Osíris.

Na mitologia egípcia, a morte não significava o fim. Os antigos egípcios acreditavam que, após a vida terrena, suas almas seriam conduzidas ao além-túmulo para serem julgadas por Osíris, o deus do mundo dos mortos.

Em um ritual sagrado, o coração do falecido era retirado e pesado em uma balança divina. De um lado, o coração; do outro, a pena de Maat, deusa da verdade e da justiça. Se o coração fosse mais leve que a pena, indicando uma vida virtuosa, a alma era conduzida para os Campos de Iaru, um paraíso eterno.

No entanto, se o coração fosse mais pesado, revelando uma vida marcada por pecados, a alma era devorada por Ammit, um monstro terrível.

Para auxiliar as almas nesse julgamento, os egípcios criaram o Livro dos Mortos, um guia espiritual que as acompanhava na jornada pelo além-túmulo.

O tribunal de Osíris era mais do que um simples julgamento. Era uma afirmação da crença egípcia na justiça divina e na importância de uma vida virtuosa.

Observação: No Antigo Império, Anúbis era o principal deus dos mortos, mas no Império Médio, Osíris assumiu essa função, e o deus chacal passou a cuidar de tarefas menores, como preparar e embalsamar os corpos, além de proteger o processo de mumificação. Neste período, inclusive, recebeu títulos relacionados a esses papéis, como "aquele que está sobre a sua montanha", destacando sua proteção aos mortos e às tumbas, e "aquele que está no local do embalsamamento", ligando-o à mumificação.

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