Anúbis

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Anúbis é o deus egípcio da vida após a morte. Como protetor das almas desamparadas, exerce a função de guiar os mortos às regiões celestes e auxiliar na sua ressurreição. Por ser o primeiro embalsamador, segundo o mito de Osíris, Anúbis também é conhecido como o deus da mumificação, ou seja, aquele que, segundo os antigos egípcios, garante que as pessoas recebam o tratamento devido após a morte.

Anubis
Estátua do deus Anúbis (664-332 a.C.) localizada no Museu do Louvre, em Paris.

O culto a Anúbis é muito antigo, e há imagens do deus Anúbis em túmulos da I Dinastia (3200-2778 a.C.). Também há referências ao deus nos Textos das Pirâmides, um dos mais antigos da religião egípcia.

Esses textos são compostos por inscrições funerárias gravadas há mais de 4 mil anos no interior das primeiras pirâmides do Antigo Egito. Anúbis e outros deuses são mencionados nessas inscrições para proteger e auxiliar o morto (no caso, o faraó) na sua transição rumo à vida eterna no Aaru (Paraíso).

Como várias outras divindades egípcias, Anúbis é retratado como um ser antropozoomórfico, isto é, metade ser humano, metade animal. Em algumas representações, ele aparece como um homem com cabeça de chacal. Entretanto, há imagens que o mostram simplesmente como um animal (zoomórfico), seja um chacal ou um cão preto, como no exemplo abaixo.

Anúbis
Estátua de um chacal representando o deus Anúbis.

A imagem do deus chacal ou deus cão provavelmente tem relação com o comportamento das matilhas que viviam nos desertos que “roubavam” as carniças das covas mais rasas nos cemitérios. O deus canídeo (cão ou chacal) seria uma resposta a esses violadores de túmulos, protegendo os mortos contra todo tipo de mal e garantindo-lhes um sepultamento digno.

O nome Anúbis vem de anupu, que por sua vez deriva da palavra egípcia inepe, que significa "apodrecer" ou "putrificar". A tonalidade preta do cachorro ou chacal que representa a divindade remete à coloração dos corpos depois do processo de mumificação.

História de Anúbis

Anubis mumificação
Imagem de Anúbis cuidando de uma múmia.

Existem diferentes versões sobre a origem de Anúbis. Uma das mais conhecidas indica que Anúbis é filho de Osíris, deus da agricultura e da vida após a morte, e Néftis, deusa da noite, da escuridão.

Uma variante menos comum aponta Set, deus do deserto, da violência e do caos, como pai do deus chacal. Em outras narrativas, não teria pais biológicos, mas sim teria se criado a partir da própria escuridão ou do caos primordial.

Anúbis tinha como esposa Anput, deusa dos funerais e da mumificação. Dessa união nasceram as divindades Kebechet e Ammit, de acordo com alguns relatos.

Segundo a mitologia egípcia, Anúbis foi o responsável pelos rituais funerários do deus Osíris, o primeiro faraó do mundo dos vivos. Osíris foi traído e morto por seu irmão Seth, que ambicionava tomar o trono de Osíris. O corpo, colocado em um caixão, foi jogado no rio. A rainha Ísis, esposa de Osíris, encontrou o corpo de seu marido e o enterrou para escondê-lo de Seth.

Mas Seth descobriu o que Ísis havia feito. Ele encontrou o corpo de Osíris e o cortou em muitos pedaços, espalhados por vários lugares do mundo. Com isso, garantia que Osíris jamais retornasse à vida.

Mas Ísis não desistiu. Com ajuda da deusa Néftis, ela recolheu todos os pedaços de seu marido e pediu a Anúbis que cuidasse do resto. Anúbis costurou o corpo de Osíris e o embalsamou.

Depois disso, Osíris ressuscitou, mas não para habitar novamente o mundo dos vivos. Ele ressurgiu no submundo, tornando-se senhor do mundo dos mortos. Foi assim que Anúbis se tornou o primeiro embalsamador, conhecido no Antigo Egito como mestre da mumificação.

Culto de Anúbis

Anúbis era uma figura central na complexa religiosidade do Antigo Egito. Seu culto remonta às origens da civilização egípcia, com registros que datam do período pré-dinástico (6000 a.C.-3150 a.C.).

Originalmente, era o deus principal do submundo. Com o tempo, Osíris assumiu essa posição, enquanto Anúbis se concentrou em funções como embalsamamento e auxiliar no julgamento dos mortos.

O culto a Anúbis se espalhou por todo o Egito, com centros principais em Cinópolis e Saka, onde foram construídos santuários em sua homenagem. O processo de mumificação era considerado sagrado, e o deus era invocado para proteger o corpo e guiar a alma do falecido. Além disso, amuletos e imagens de Anúbis eram usados para proteção contra os perigos do submundo.

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