As 7 principais características do Romantismo (movimento artístico)
O romantismo tinha como principal objetivo fazer oposição ao classicismo, ao racionalismo e ao iluminismo, contrariando a objetividade, a imagem do perfeito e o realismo, que caracterizavam esses movimentos anteriores.
As principais características do romantismo são:
1. Oposição ao clássico
Para o romantismo era importante que o movimento fizesse uma ruptura com os modelos artísticos do classicismo. Assim, uma das características mais marcantes desse movimento, tanto na literatura como nas artes, foi a oposição aos modelos clássicos.
O melhor exemplo desta característica é a ausência de modelos ou padrões estéticos clássicos que eram consagrados até então. O romantismo retirou toda a objetividade, a racionalidade e a exaltação do belo e perfeito que representavam os movimentos clássicos;
A oposição ao modelo clássico trouxe a diminuição da formalidade na escrita, com mais uso dos chamados versos brancos (livres) e com menos preocupação com a métrica e com as estrofes exatas.
2. Manifestação de subjetividade e individualidade
Em comparação aos movimentos anteriores, no romantismo os pensamentos e sentimentos do homem eram muito valorizados e enaltecidos. Por isso, nas obras artísticas, seja na literatura, música ou artes plásticas, a originalidade e a opinião pessoal eram indispensáveis.
O discurso pessoal dos artistas é um elemento constantemente encontrado nas obras, já que a liberdade de expressão é um atributo imprescindível no período romântico. Na literatura, por exemplo, a presença do "eu" e das obras escritas em primeira pessoa deixa clara essa característica da individualidade e da opinião própria.
Estas condições eram, de maneira geral, vividas por todos, o que causava uma certa contradição no movimento, pois o romantismo pregava o sentimento individualizado, porém de forma universalizada.
3. Supervalorização dos sentimentos
A origem do romantismo é ligada ao movimento artístico alemão chamado sturm und drang, que significa "tempestade e ímpeto" e que se fundamentava em sentimentos e emoções exageradas e apelativas.
Por isso, outra característica marcante do romantismo é a presença de emoções exageradas e obras artísticas carregadas de sentimentalismo. O homem romântico defendia uma estética artística que valorizava muito mais a expressão do sentimento do que a razão, ou seja, havia uma supervalorização das suas emoções.
Nas obras do romantismo estão claramente expressos os sentimentos do artista, como pessimismo, tristeza, tédio, sonho, angústia e amor. Este sentimentalismo do artista romântico fez com que a segunda geração do movimento fosse chamada de ultrarromantismo.
A literatura romântica, por exemplo, identifica-se com a idealização do ser amado, que é inatingível, como algo perfeito que dificilmente será alcançado. Além do homem herói, que luta e defende a sua pátria, idealizando a sua nação como perfeita.
4. Presença de pessimismo e melancolia
Como o sentimentalismo e as emoções exageradas eram características fortes deste tempo, os artistas plásticos e escritores sempre apresentavam uma melancolia e um pessimismo muito forte nas suas obras românticas.
Expressavam um profundo tédio, assim como a sua dor diante do amor não correspondido ou proibido, além de uma afeição pela morte. Isso acontece devido à alta idealização do artista e o constante escapismo: a fuga total do que é real e racional.
O poeta inglês Lord Byron é o escritor romântico mais conhecido pelo pessimismo. Graças a ele, a segunda geração do romantismo europeu ficou conhecida como "Byroniana" ou "mal do século".
5. Exaltação da nação e da cultura popular
O nacionalismo e a valorização da cultural local também são características notáveis do romantismo. Esses dois elementos são facilmente percebidos nas pinturas e nas obras literárias.
O amor ao país passou a ser destacado na produção artística do período. Da mesma forma, os folclores regionais também foram mais valorizados pelos artistas românticos, que se inspiravam em cantos e histórias populares.
No romantismo brasileiro, havia a valorização da cultura indígena como a representação do povo nativo, muito presente na primeira geração do romantismo no país. O índio tinha características idealizadas e era descrito como um verdadeiro herói. Este aspecto do romantismo no Brasil ficou conhecido como indianismo.
Os livros O guarani e Iracema de José de Alencar são exemplos de obras brasileiras com características indianistas.
6. Crítica social
A Revolução Francesa e as suas consequências tiveram influência sobre o movimento romântico. As consequências sociais da Revolução causaram um profundo desencanto na sociedade da época e, como consequência disso, existia uma vontade de fugir da realidade, além de um sentimento quase utópico por um mundo melhor.
Todo esse apelo pela nação e sociedade ideais estão estampadas nas obras românticas. O pintores John Constable e Francisco Goya, por exemplo, costumavam expressar nas suas obras as críticas sobre os problemas sociais que surgiram a partir da Revolução Industrial.
7. Exaltação à natureza
O romantismo sempre estimulava o homem a apreciar e exaltar a natureza. Isso porque ela era observada através do discurso sublime do romantismo, que a considerava como um elemento transcendental e grandioso e que fazia parte do próprio homem.
No Brasil, essa característica foi predominante na primeira geração, com a exaltação do índio e das florestas do país.
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