Cleópatra

Igor Alves
Igor Alves
Professor de Língua Portuguesa

Cleópatra VII Filopátor, conhecida como Cleópatra, foi uma das figuras mais famosas e influentes do Antigo Egito. Pertenceu à dinastia Ptolomaica, que governou o Egito após a morte de Alexandre, o Grande. Era, portanto, de origem grega, descendente de Ptolomeu I, um dos generais de Alexandre.

Foi a última governante do Egito antes da dominação romana. Por ser uma líder inteligente e ambiciosa, Cleópatra tornou-se uma figura lendária. Visando fortalecer o Egito e restaurar sua antiga glória, aliou-se a Roma, expandindo o território egípcio.

Pintura de Cleópatra
Detalhe da pintura "Cleópatra experimentando venenos em condenados à morte" (1887), de Alexandre Cabanel.

História de Cleópatra

Cleópatra Filópator nasceu cerca de 69 a.C., filha do faraó Ptolemeu XII e mãe desconhecida, possivelmente Cleópatra VI Trifena.

Após seu pai enfrentar problemas políticos e financeiros, foi exilado do Egito, levando-a consigo. O soberano tentou recuperar o trono com o apoio de Roma. Após sua morte, Cleópatra assumiu o governo do Egito, enfrentando diversos desafios políticos e econômicos, incluindo dívidas com Roma.

Em 49 a.C., Cleópatra e seu irmão Ptolemeu XIII estavam em conflito em Alexandria quando Cneu Pompeu pediu-lhe ajuda seu pai, Pompeu, contra Júlio César. Cleópatra enviou navios e tropas, mas Pompeu acabou sendo morto por ordem de Ptolemeu XIII. Após esse acontecimento, Cleópatra e Júlio César reconciliaram-se em Alexandria.

Relacionamento com Júlio César

Quando César chegou a Alexandria, Ptolemeu XIII desafiou suas demandas, mas Cleópatra, buscando influenciar César, foi pessoalmente à cidade, cativando-o com sua inteligência e beleza.

Juntos, Cleópatra e César conseguiram vencer os conflitos em Alexandria, resultando na morte de Ptolemeu XIII. Cleópatra tornou-se co-regente com seu irmão mais novo, Ptolemeu XIV, que mais tarde eliminou para elevar ao poder seu filho com César, Cesarião.

Relacionamento com Marco Antônio

Após a morte de Júlio César, Cleópatra escolheu Marco Antônio cuidadosamente como parceiro para gerar novos herdeiros, pois detinha autoridade para restaurar antigos domínios ptolomaicos. Tiveram três filhos: Alexandre Hélio, Cleópatra Selene II e Ptolemeu Filadelfo.

Em 40 a.C., Antônio deixou o Egito devido a problemas na Síria, mas Cleópatra forneceu navios para sua campanha na região.

As relações entre o casal azedaram quando Antônio se casou com Otávia e mudou seu quartel-general para Atenas. Entretanto, a posição de Cleópatra no Egito permaneceu segura.

Antônio foi acusado de traição em 31 a.C. Iniciou-se, então, uma guerra civil, que culminou na Batalha de Áccio, onde a frota de Otaviano derrotou a de Antônio e Cleópatra.

Após a derrota, fugiram para o Egito, mas as deserções enfraqueceram sua posição, levando ao início do Principado sob o governo de Otaviano, que se tornaria o imperador Augusto.

Morte de Cleópatra

Após a derrota na Batalha de Áccio para Otaviano, futuro imperador romano, Cleópatra e Marco Antônio retornaram ao Egito. Desmoralizado e ciente da iminente captura por Otaviano, Antônio se suicidou com sua espada.

Segundo Plutarco, Cleópatra teria se deixado picar por uma cobra venenosa, escondida em uma cesta de figos. A morte teria sido rápida e indolor, preservando sua dignidade e evitando a humilhação de ser exibida como prisioneira em Roma.

Entretanto, existem outras teorias. Alguns historiadores acreditam que Cleópatra teria usado um veneno para se matar, evitando a agonia da picada da cobra. Há também a teoria de que Cleópatra teria sido assassinada por ordem de Otaviano, que a considerava uma ameaça e símbolo da resistência egípcia.

O fato é que não há nenhuma prova definitiva que confirme qualquer uma das teorias sobre a morte de Cleópatra.

Aparência de Cleópatra

Escultura de Cleópatra
Uma escultura romana de Cleópatra VII usando um diadema real, de meados do século I a.C. (por volta da época de suas visitas a Roma em 46-44 a.C.). Altes Museum, Berlim, Alemanha.

A aparência real de Cleópatra é alvo de controvérsias e incertezas. Diversas representações antigas e contemporâneas a retratam como uma mulher de beleza deslumbrante e elegância incomparável. Entretanto, tais imagens são baseadas em idealizações e estereótipos, sem evidências concretas sobre seus traços físicos.

Sendo de ascendência grega, é provável que ela possuísse características típicas dos gregos, como tez clara e olhos claros, embora as descrições históricas sejam limitadas e muitas vezes tendenciosas.

A verdadeira aparência de Cleópatra, portanto, permanece envolta em mistério, deixando espaço para interpretações variadas ao longo dos séculos.

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Igor Alves
Igor Alves
Educador desde 2009, professor de Língua Portuguesa licenciado pela Universidade Federal do Pará. Criador de conteúdos online desde 2021.
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