Exu Caveira: quem é, história e características

Equipe da Enciclopédia Significados
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Exu Caveira é uma falange espiritual, um agrupamento e espíritos da Umbanda, conhecido como o senhor dos cemitérios. Pertence ao "Povo da Rua", entidades ligadas à "Linha Esquerda" da religião afro-brasileira, a Quimbanda.

Trata-se de uma das muitas manifestações de Exu, divindade que atua como intermediário entre os seres humanos e os Orixás, desempenhando um papel importante nas questões espirituais e terrenas.

Representação de Exu Caveira

Características do Exu Caveira

É representado como um homem alto, com aparência esquelética e vestimentas geralmente negras, trazendo alguma arma na mão: espada, foice, tridente ou escudo. É conhecido por ser um Exu enérgico, muitas vezes temido por sua aparência macabra e personalidade forte.

O guardião dos cemitérios, segundo a tradição, é frequentemente associado com as encruzilhadas, lugares de confluência de caminhos, onde se acredita que ele possa abrir portais entre o mundo espiritual e o mundo físico. É o responsável por conduzir as almas dos falecidos para o plano espiritual, atuando como um "policial" do mundo dos mortos.

Costuma ser confundido com outros Exus, como João Caveira, Tata Caveira e Exu Caveirinha. Apesar de semelhantes, são entidades distintas umas das outras, com personalidades próprias.

Existem diversas versões da história de Exu Caveira. Nelas todas teria encarnado como ser humano e se tornado numa entidade ao desencarnar. Em alguns mitos teria sido padre, noutros, guerreiro. Neste sentido, é impossível determinar ao certo sua origem.

Sua saudação também varia conforme as tradições. A mais recorrente é "Laroyê, Exu!", usada tanto para os Exus como para Pombagiras, o "Povo da Rua" da Quimbanda. Em outras tradições, por sua aproximação com Omulu (também conhecido como Obaluaê), Orixá associado ao culto dos mortos, o Exu é saudado da mesma forma: "Atotô, Exu Caveira!".

Exu Caveira é do mal?

Exu Caveira, assim como todas as entidades, não pode ser rotulado como "do mal" ou "do bem" de maneira absoluta. Essa classificação simplista não se aplica ao contexto espiritual.

Em religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé, Exu é um intermediário entre os mundos espiritual e material, desprovido de dualidades morais como as que conhecemos no mundo humano.

A "demonização" dos Exus, bem como de outras entidades e Orixás das religiões de matriz africana, em muito se deve ao preconceito racial e à intolerância religiosa, que sempre tentaram, de maneira criminosa, apagar os elementos culturais que constituem a identidade afro-brasileira.

Bibliografia:

  • BARBOSA JUNIOR, Ademir. Laroiê Exu Caveira. Porto Alegre, Anubis, 2014.
  • PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
  • SARRACENI, Rubens. As Sete Linhas de Umbanda: a Religião dos Mistérios. São Paulo: Madras, 2018.

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