Historiografia

Juliana Bezerra
Revisão por Juliana Bezerra
Professora de História

O que é historiografia:

A historiografia é o estudo de como a história é escrita e como nossa compreensão histórica muda com o tempo.

Esse estudo considera as abordagens usadas pelos historiadores e procura entender como e por que suas teorias e interpretações diferem.

Enquanto o passado em si nunca muda, a escrita da história está sempre evoluindo. Novos historiadores exploram e interpretam o passado.

Eles desenvolvem novas teorias e conclusões que podem mudar a maneira como entendemos o passado. A historiografia reconhece e discute esse processo de mudança.

No geral, é um estudo difícil e complexo. É um componente importante da maioria dos cursos de história da universidade, onde se espera que os alunos saibam sobre o passado e como ele foi interpretado ao longo do tempo.

Atualmente, muitos cursos do ensino fundamental e médio incluem alguma historiografia básica, geralmente através do estudo de diferentes historiadores e interpretações históricas concorrentes.

Diferença entre história e historiografia

A historiografia é o estudo das melhores maneiras de interpretar as fontes históricas e os modos como a história é escrita (a investigação histórica e a história da história).

Já a história é o que está escrito sobre o passado, com o objetivo de torná-lo o mais próximo possível do que aconteceu.

Propósito e a importância da historiografia

Para entender a historiografia, é preciso primeiro ter a noção de que a compreensão do passado não está imune a críticas, desafios ou revisões.

É preciso também entender a diferença crítica entre fatos históricos (situações apresentadas conclusivamente por evidências e aceitas como verdadeiras) e história (o estudo humano e a interpretação dessas situações).

O passado certamente contém milhões de verdades ou fatos concretos, como:

  • Abraham Lincoln foi baleado e morto por John Wilkes Booth em 1865;
  • Os japoneses bombardearam Pearl Harbor em dezembro de 1941;
  • A Alemanha foi dominada pela hiperinflação desenfreada em 1923;
  • O Brasil passou por um período de ditadura militar entre os anos de 1964 e 1985.

Sobre as evidências disponíveis, esses fatos são indiscutíveis. Porém, tomados por um ponto de vista restritivo, no entanto, eles podem ser isolados ou desprovidos de significado.

O papel do historiador é dar sentido a esses fatos por meio de pesquisa e análise. Para fazer isso, eles examinam e interpretam evidências, formam conclusões, desenvolvem teorias e articulam suas descobertas por escrito.

Os historiadores devem responder a muitas perguntas, incluindo:

  • Como e por que determinadas ações, eventos ou ideias surgiram (causas);
  • Os resultados de determinadas ações, eventos ou ideias (efeitos ou consequências);
  • As contribuições feitas por diferentes pessoas e grupos (ações);
  • A importância relativa ou impacto de diferentes pessoas, grupos ou ideias (significado);
  • Situações que mudaram e outras que permaneceram as mesmas durante um período de tempo (mudança e continuidade).

Ao contrário das ciências físicas, a história produz muitas respostas diferentes para a mesma pergunta. Os historiadores frequentemente estudam os mesmos conjuntos de fatos, mas acabam chegando a diferentes explicações ou conclusões.

É a partir desse momento que chega o estudo historiográfico, analisando as interpretações de um tópico específico escrito por historiadores, sobre o passado.

Especificamente, uma historiografia identifica pensadores influentes e revela a forma do debate acadêmico sobre um determinado assunto.

O principal objetivo de escrever um artigo historiográfico é transmitir a compreensão de outros historiadores sobre um assunto particular, em vez de analisar o próprio assunto.

Alternativamente, uma historiografia pode atuar como uma introdução a um grande trabalho de pesquisa, no qual você irá adicionar sua própria análise. Assim, uma boa historiografia faz o seguinte:

  • Aponta livros e artigos influentes que exemplificaram, moldaram ou revolucionaram um campo de estudo;
  • Mostra quais acadêmicos foram mais eficazes em mudar o escopo do debate;
  • Descreve as tendências atuais no campo de estudo.

Veja também: o que é história.

Juliana Bezerra
Revisão por Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.
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