Nazismo: o que é, significado e características

Frank Arellano
Revisão por Frank Arellano
Professor de História e Mestre em Linguística

Nazismo foi uma ideologia associada ao Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei - NSDAP, em alemão), também conhecido como Partido Nazista ou Nazi, liderado por Adolf Hitler a partir de 1921.

A ideologia nazista surgiu após a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), com a Alemanha humilhada e destruída economicamente após perder a guerra. Neste cenário, surge um sentimento de revolta entre os alemães. Eles culpavam o governo, os judeus e os comunistas pela situação desastrosa do país, exigindo mudanças drásticas.

Características do nazismo

Entre as principais características do nazismo estão o totalitarismo, o pangermanismo, o eugenismo e o antissemitismo.

Totalitarismo

Os nazistas antipatizavam com a democracia. Eram adeptos do totalitarismo, isto é, de um modelo político em que apenas uma facção ou partido controla o Estado. Foi o que aconteceu com a ascensão de Hitler ao poder, quando o Partido Nazista dominou a Alemanha, exigindo a subserviência absoluta da nação.

Pangermanismo

Resgatado pelos nazistas, o pangermanismo foi um movimento político nacionalista alemão do século XIX, cujo objetivo era unificar todos os povos germânicos localizados na Europa Central.

Eugenismo

No ideário nazista, a eugenia tinha papel de destaque. Defendiam o aperfeiçoamento da raça humana, por meio de métodos como a seleção artificial, o controle reprodutivo e a eliminação de determinados grupos considerados inferiores. Acreditavam na superioridade da raça ariana, que seria predestinada à supremacia sobre as demais, tidas por eles como inferiores.

Antissemitismo

O nazismo ficou marcado pelo seu antissemitismo, ou seja, pelo preconceito e hostilidade ao povo judeu. Também perseguia, torturava e matava comunistas, homossexuais e outras pessoas que não se enquadravam na chamada raça ariana.

O principal objetivo do Partido Nazista era instituir uma grande nação composta por uma única raça, a ariana. A "Solução Final" (plano de extermínio dos judeus) foi uma tática adotada pelo nazismo para cumprir com esse objetivo.

Adolf Hitler causou o Holocausto, processo de genocídio da população judaica e demais etnias que não eram consideradas "dignas" de povoar os territórios alemães.

Estima-se que tenham morrido mais de seis milhões de judeus durante o Holocausto, em Campos de Concentração e de Trabalhos Forçados.

Veja também as características do fascismo.

Símbolo do nazismo - Cruz Suástica

Cruz Suástica Nazista - Símbolo do nazismo
Cruz Suástica, símbolo do nazismo

A cruz suástica ou cruz gamada é um dos símbolos mais utilizados pelo nazismo. Para eles, representaria "sorte", "prosperidade" e "sucesso". Acreditavam ser um símbolo específico indo-ariano, e o utilizaram como referência ao mito da superioridade e predestinação à supremacia da raça ariana. Remeteria, portanto, ao orgulho racial.

Com o fim da guerra, a derrota nazista e a descoberta dos horrores do holocausto, este símbolo passou a ter uma conotação totalmente negativa. Tornou-se odiado e até mesmo proibido de ser replicado ou exposto em vários cantos do mundo.

No entanto, o que poucos sabem é que este símbolo não tem origem nazista. Trata-se, na verdade, de um símbolo antiquíssimo, utilizado desde o período neolítico por diversos povos antigos, tanto no Oriente quanto no Ocidente, como egípcios, hindus, celtas, gregos, islâmicos, budistas, entre outros.

Vale ressaltar que, etimologicamente, a palavra "suástica", que vem do sânscrito, significa "felicidade", "sorte" e "prazer".

Saiba mais sobre a suástica.

O Partido Nazista e Adolf Hitler

Em 1919 surgiu o Partido Nazista, ou Partido Nazi, abreviação de Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, que começava a disseminar seus ideais entre a sociedade alemã.

O Partido Nazi alegava que a culpa da crise que a Alemanha enfrentava era dos imigrantes judeus, dos comunistas e dos liberais. Eles é que causariam a desordem, pois "roubavam" as oportunidades dos "alemães puros", da raça ariana.

Adolf Hitler nasceu em 1889, na Áustria, e havia participado da Primeira Guerra Mundial. Após a Grande Guerra e com a derrota alemã, Hitler integrou um grupo de ex-combatentes de classe média que planejavam reerguer política e economicamente a Alemanha, além de recuperar a dignidade da nação.

Em 1923, já associado ao Partido Nazi, Hitler liderou uma tentativa de derrubar o Estado. Frustrado o golpe, acabou sendo preso e condenado. Na prisão, escreveu o livro "Minha Luta" (Mein Kampf, em alemão), obra que se tornaria a "bíblia do nazismo".

Com a grande crise econômica de 1929 (que começou com a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque), a crise na Alemanha se intensificou, assim como o desgosto com as condições de vida da população. Esse sentimento ajudou a fortalecer o Partido Nazista e seus ideais.

Sobre forte pressão social, o presidente alemão Von Hinderburg foi forçado a conceder o cargo de chanceler para Hitler em 1933. Este cargo era, na época, o segundo mais importante posto de poder na Alemanha, ficando abaixo apenas do presidente.

Adolf Hitler, sob o comando do Partido Nazista, finalmente chega ao poder da Alemanha em 1934, após a morte do presidente Hindenburg. Autoproclamou-se Führer ("líder", em alemão), instaurando o chamado Terceiro Reich ("Terceiro Reino"), regime totalitário comandado pelo seu partido.

Com o auge do nazismo no comando da nação alemã, em 1939 teve início a Segunda Guerra Mundial, muito mais terrível e sanguinária que a Primeira.

Hitler criou três forças de poder para executar os seus objetivos: as Seções de Assalto (SA), as Seções de Segurança (SS ou Schutzstaffel, em alemão) e a Gestapo (polícia secreta alemã). Veja mais sobre os SS (Schutzstaffel).

Uma das figuras que mais importantes para a consolidação do nazismo na Alemanha foi o cineasta e ministro da propaganda nazi Joseph Goebbels. Goebbels controlava todos os meios de comunicação da Alemanha. Produzia filmes, organizava paradas e criava campanhas publicitárias que prometiam um "mundo melhor" ao povo alemão, baseado no mito da supremacia ariana.

O Nazismo chegou ao fim com o término da Segunda Guerra Mundial e a derrota da Alemanha pelos países aliados. Informado sobre a derrota eminente, Adolf Hitler suicidou-se em seu bunker (abrigo subterrâneo) em Berlim, em 1945.

Nazismo no Brasil

O nazismo chegou ao Brasil antes mesmo da Segunda Guerra Mundial, através da propaganda política do Terceiro Reich. O objetivo era levar a ideologia aos mais de 100 mil imigrantes alemães que viviam em comunidades no sul e sudeste do país.

Segundo os historiadores, existiam cerca de 1 milhão de descendentes de alemães no Brasil (teuto-brasileiros). No entanto, a maioria não aderiu ao movimento nazista.

Mesmo assim, segundo pesquisadores, o Brasil foi o país estrangeiro com o maior número de adeptos do nazismo.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, muitos nazistas alemães se refugiaram em terras brasileiras, em colônias alemães, protegidos por simpatizantes da ideologia.

Entre os refugiados estava o notório médico Josef Mengele, conhecido como "Anjo da Morte", responsável por experiências médicas terríveis em milhares de prisioneiros judeus e ciganos. Mengele morreu afogado em Bertioga, interior de São Paulo, sem ser reconhecido, nem condenado.

O que é o Neonazismo

O neonazismo é um movimento político que busca resgatar os ideais e conceitos do nazismo.

Etimologicamente, "neonazismo" significa "novo nazismo" (neo = novo), porém a ideologia não traz nenhuma novidade. Assim como seus precursores, o principal objetivo dos neonazistas é promover a supremacia da raça ariana sobre as demais, consideradas inferiores.

Judeus, negros, homossexuais, índios e povos de outras etnias são os alvos dos neonazistas.

Atualmente, existem diversos grupos neonazistas que propagam o mesmo discurso de ódio racial que os nazistas, como a Ku Klux Klan, os Skinheads, e os Stormfront.

Bibliografia:

  • ALMEIDA, Angela Mendes de. A República de Weimar e a Ascensão do Nazismo. São Paulo, Braziliense, 1999.
  • MOCELLIN, Renato. O Nazismo. São Paulo, FTD, 1998.
  • DIETRICH, Ana Maria. Nazismo Tropical? O Partido Nazista no Brasil. São Paulo, Catálogo da USP (tese de doutorado), 2007.

Veja também:

Frank Arellano
Revisão por Frank Arellano
Professor de História e Ciências Sociais por mais de 15 anos. Licenciado em História (2010) e Mestre em Ciências da Linguística (2015) pela Universidade de Los Andes em Mérida, Venezuela.
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