Pentecostes

Denise Alves
Revisão por Denise Alves
Pedagoga, mestre em Literatura e formanda em Teologia

Pentecostes é uma celebração religiosa cristã que comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Jesus Cristo, cinquenta dias depois da Páscoa.

Atualmente, o Pentecostes é comemorado pelos cristãos como um marco importante, da presença de Deus, na pessoa do Espírito Santo junto de seus fiéis.

Católicos, protestantes e ortodoxos celebram em duas datas diferentes, segundo os seus respectivos calendários litúrgicos. Em 2025, o Dia de Pentecostes para católicos e protestantes será comemorado em 08 de junho, por exemplo.

Por norma, o Pentecostes é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa, data instituída como a da ressurreição de Jesus Cristo e do nascimento da Igreja Cristã.

Para os cristãos, o Pentecostes é uma das datas mais importantes do Calendário Litúrgico, juntamente com a Páscoa e o Natal.

Segundo a Bíblia, após quarenta dias da ascensão de Jesus, O Espírito Santo veio sobre os discípulos de Cristo e eles passaram a testemunhar as Boas Novas da Salvação a povos de várias línguas e nações. O Pentecostes tornou-se o marco inicial da expansão do Evangelho de Jesus Cristo por todo mundo.

O termo “Pentecostes” se originou a partir do grego pentēkostḗ, que significa “quinquagésimo”, em referência aos 50 dias que se sucedem depois da Páscoa.

Pentecostes no Antigo Testamento

No Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, o Pentecostes era uma comemoração feita pelos judeus, logo após as colheitas do ano, numa forma de agradecimento pela comida providenciada por Deus.

Chamava-se também "Festa das Semanas" (porque se contava sete semanas (50 dias) a partir da Páscoa (Deuteronômio 16:9-10) ou "Festa da Colheita" (Êxodo 23:16), porque era celebrada no final do ano agrícola, ou ainda "Dia das Primícias" (Números 28:26). Esta celebração eram ações de graças a Deus pela provisão obtida na colheita.

A Festa de Pentecostes era uma das 3 festas mais importantes em Israel: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos. Sempre acontecia no primeiro dia do mês de Sivã (terceiro mês no calendário judaico, correspondente a maio-junho do calendário solar). Nesta ocasião o povo recolheria o melhor das primícias, os primeiros frutos da terra, e ofereceriam a Deus. Essas primícias representavam a colheita inteira.

Com o passar do tempo essa festa também passou a ser associada com a proclamação da Lei de Deus no monte Sinai. Moisés recebeu os 10 Mandamentos, várias outras leis, como também a orientação das três principais festas que Israel deveria fazer em agradecimento a Deus: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos.

Assim, a celebração do Pentecostes passou a acontecer após a primeira Páscoa, depois do povo de Israel sair da escravidão do Egito e Moisés receber os Dez Mandamentos no Sinai.

O Pentecostes no Novo Testamento

No Novo Testamento, a comemoração de Pentecostes assume um novo significado com a vinda do Espírito Santo.

Narrado no livro dos Atos dos Apóstolos 2, o Pentecostes, na Nova Aliança, equivale ao dom do Espírito de Deus, dado àqueles que creem e amam a Jesus Cristo.

A descida do Espírito Santo

Exatamente cinquenta dias depois da Páscoa e da Ressurreição de Jesus Cristo, todos os discípulos estavam reunidos no mesmo lugar. Eles aguardavam a promessa divina, declarada por Jesus, que receberiam poder para testemunhar, ao descer sobre eles o Espírito de Deus (Atos 1:8).

Cerca de dez dias depois da ascensão de Jesus aos céus, a Bíblia narra o momento especial em que os apóstolos de Cristo receberam o Dom do Espírito Santo:

“Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. (Atos dos Apóstolos 2:1-4)

Todos os presentes testemunharam 3 sinais maravilhosos: vento, fogo e linguagem inspirada. O vento é símbolo da presença do Espírito Santo (João 3:8) e o fogo é outra representação, figurando o Seu poder para purificar e julgar (Mateus 3:11-12).

Pela influência poderosa do Espírito de Deus, simples judeus passaram a falar em línguas que eles não conheciam, testemunhando as maravilhas de Deus.

Os muitos estrangeiros que estavam em Jerusalém para comemorar a festa de Pentecostes, ficaram admirados ao ouvirem aqueles galileus falarem em tantas línguas diferentes.

Depois disso, o apóstolo Pedro discursou, esclarecendo aquela ocasião tão maravilhosa, como o derramamento do Espírito Santo, já prometido desde o Antigo Testamento (Joel 2:28-29).

Pedro testemunhou sobre acerca de Jesus, da Sua morte e ressurreição, resultando no arrependimento de milhares que o ouviam. O texto diz que cerca de 3 mil aceitaram a palavra e foram batizados, em nome de Jesus (Atos 2:37-41).

Pentecostes para os cristãos

A festa do Pentecostes para os cristãos é a celebração da chegada do Espírito Santo, para habitar no meio do povo de Deus. A relação entre a descida do Espírito no dia de Pentecostes se encaixa precisamente na compreensão que Ele é a "Primícia", o primeiro fruto da colheita da Salvação em Jesus Cristo.

É por meio d'Ele, da terceira Pessoa da Trindade, que as pessoas chegam ao arrependimento, à fé, e ao perdão de Cristo para uma nova vida. É também o Espírito Santo, o Consolador prometido para a aconselhar e guiar os crentes no Caminho divino.

Assim, se para os judeus, o pentecostes era uma celebração de agradecimento a Deus pela colheita, para os cristãos, tornou-se no dia de celebração da chegada do Espírito Santo que veio regenerar, equipar, empoderar e santificar a Igreja de Cristo.

A descida do Espírito no Pentecostes está associada ao batismo no Espírito Santo. Esta experiência remete ao selo espiritual, espécie de confirmação, que legitima a obra de Deus na vida das pessoas e na Sua Igreja, além de outros dons espirituais (Gálatas 5:22-23).

Alguns segmentos do Cristianismo se conectaram tão profundamente com a experiência do Pentecostes Cristão, resultando no surgimento de movimentos conhecidos como "Pentecostais".

Desse movimento de "pentecostalismo" nasceram as Igrejas Pentecostais protestantes, como também influenciaram algumas vertentes Católicas da Renovação Carismática.

Nestes ramos, os seus seguidores adotam características e práticas centradas no relacionamento pessoal com o Espírito Santo.

Ver também:

Denise Alves
Revisão científica por Denise Alves
Mestre em Literatura pela Universidade de Coimbra, formanda em Teologia no IBP - Instituto Bíblico Português, licenciada em Letras pela UFMG, em Pedagogia pela UEMG.
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