Inteligência Artificial
Inteligência artificial (IA) é a capacidade que certos computadores e máquinas têm de realizar tarefas que normalmente necessitam da inteligência humana. Por exemplo: aprender, solucionar problemas, reconhecer padrões, entender linguagens e tomar decisões.
A IA faz com que máquinas atuem de forma inteligente, como se estivessem pensando por si mesmas, apesar de estarem seguindo instruções que foram programadas em seus sistemas por humanos.
A inteligência artificial pode ser usada desde em assistentes virtuais até em sistemas de diagnóstico médico. Trata-se de uma tecnologia capaz de transformar a forma de viver e trabalhar no mundo.
Como funciona a inteligência artificial
A inteligência artificial é a área da ciência da computação que cria sistemas que conseguem realizar tarefas que antes exigiam inteligência humana.
Essas tarefas podem ser desde identificar padrões em dados até dirigir carros autonomamente, ou ainda tarefas criativas como compor músicas ou poemas.
O quadro abaixo, por exemplo, chamado de "Théâtre D’opéra Spatial", de Jason Allen, foi criado por inteligência artificial. A obra venceu o Concurso de Artes da Feira Estadual do Colorado, em 2022.
Para realizar essas e outras atividades, a IA utiliza algoritmos e modelos matemáticos, que são uma sequência de informações que conduzem a atuação do software.
São esses algoritmos e modelos matemáticos que possibilitam que os computadores processem dados, reconheçam padrões e tomem decisões (baseadas nessas mesmas informações). É o chamado aprendizado de máquina.
O aprendizado de máquina pode ser dividido em duas subcategorias: machine learning (aprendizagem de máquina) e deep learning (aprendizagem profunda ou aprendizagem de máquina não supervisionada).
A diferença entre as subcategorias está na forma como o algoritmo está definido para aprender. As machine learning conseguem aprender a partir de dados estruturados, que já foram supervisionados por humanos.
As deep learning aprendem a partir de dados que não estão estruturados, ou seja, baseada em dados aleatórios, que não foram organizados ou contextualizados, como por exemplos: textos soltos disponíveis online, imagens ou sons.
O aprendizado de máquina profundo (deep learning) foi um grande avanço da IA, pois possibilita a diminuição da necessidade da interferência humana.
As máquinas e computadores programados com esse tipo de aprendizado utilizam redes neurais que se inspiram na forma humana de pensar. E é isso que permite que uma máquina possa executar tarefas antes consideradas exclusivas da inteligência humana, como criar imagens e textos ou dirigir carros.
Como usar a inteligência artificial
Pode não parecer, mas a inteligência artificial já está introduzida na vida e no dia a dia das pessoas de diversas formas, muitas vezes sem que se percebam que se trata de IA.
A forma de usar a IA irá variar conforme o tipo de máquina que for manipulada. Usa-se a inteligência artificial ao interagir com assistentes virtuais como Siri, Alexa ou o Google Assistant, por exemplo.
Também se utiliza ao assinar plataformas de streaming que oferecem recomendações personalizadas de filmes e séries, é a IA que analisa o comportamento do usuário e recomenda conteúdos interessantes com base em seus gostos e histórico.
Os robôs aspiradores que realizam a limpeza do chão de casas e escritórios sozinhos, e têm a capacidade de se afastar de objetos e escadas, subir tapetes, entre outras habilidades, também são máquinas de inteligência artificial.
Muitos dos filtros usados em imagens publicadas nas redes sociais são IA, assim como aplicativos como tradução automática e chatbots de atendimento ao cliente.
Portanto, a maneira de usar a inteligência artificial irá depender do tipo de máquina e ferramenta, pois essa tecnologia pode ser adaptada aos mais variados serviços e produtos. Geralmente, as IAs voltadas ao público comum tendem a ser fáceis de usar, são programadas para serem intuitivas e atenderem bem os humanos.
Exemplos de inteligência artificial
A cada dia a inteligência artificial faz mais parte da vida das pessoas, nos mais diversos âmbitos. Conheça alguns exemplos de IA:
Filtros das redes sociais
Os filtros utilizados em vídeos e fotos, muito comuns nas redes sociais, que são capazes de detectar os rostos humanos, de animais ou objetos específicos e substituí-los por máscaras ou ilustrações são IA.
Assistentes virtuais
São assistentes que utilizam a inteligência artificial para realizar as mais variadas funções, como ligar ou desligar sistemas de sons, luzes e tomadas, fazer chamadas. Ou iniciar o funcionamento de outros aparelhos conectados à internet, como robôs de cozinha, robôs de limpeza, entre outros.
As assistentes virtuais também conseguem responder perguntas, dar informações e contar piadas. A Siri, Alexa ou o Google Assistant são exemplos de assistentes virtuais.
Ferramentas de reconhecimento e catalogação de vídeos, imagens e sons
São ferramentas capazes de reconhecer lugares, rostos, músicas e sons em vídeos e fotos. Esse tipo de ferramenta tem múltiplas funções, desde selecionar as melhores fotos de uma viagem na galeria do celular até o reconhecimento de pessoas em câmeras de vigilância.
Ferramentas de recomendação de vídeos, filmes e séries
É uma ferramenta muito utilizada em plataformas como o Youtube ou serviços de streaming. A IA consegue identificar um padrão de gostos e consumo, e recomendar canais, filmes e séries que serão da preferência do utilizador.
É uma amostra de como a inteligência artificial muitas vezes está presente há bastante tempo no cotidiano das pessoas, muitas vezes sem ser notada.
Ferramentas de criação e edição de textos e imagens
São ferramentas capazes de criar imagens e textos. Com base em informações online, as ferramentas conseguem construir um conteúdo inteiramente novo e pode seguir estilos específicos.
Pode-se solicitar um texto em padrão jornalístico, um poema ao estilo de Carlos Drummond de Andrade ou imagens inspiradas na obra de Tarsila do Amaral, entre uma infinidade de possibilidades.
O famosos Chat GPT, Gemini (a IA do Google) e Midjourney são as ferramentas de inteligência artificial que possibilitam aprendizado e criação de conteúdo original nas mais diferentes formas.
Robôs repositores de estoques em supermercados e lojas
Existem robores capazes de circular entre estoques e produtos expostos em supermercados, fazendo a verificação de quais produtos precisam ser recolocados ou substituídos e se existem etiquetas com preços errados. Alguns desses robôs, inclusive, fazem a reposição dos produtos.
Robôs aspiradores
Os robôs aspiradores fazem parte dos aparelhos geridos por inteligência artificial. São produtos capazes de aspirar sozinhos os ambientes, mapear os locais da casa, detectar e desviar de objetos ou escadas, assim como voltar para a base de carregamento quando estão com pouca energia.
Carros autônomos
Os carros autônomos ainda não estão amplamente disponíveis, mas já existem e estão a ser testados em vários lugares, inclusive por empresas de carros de aplicativo, como a Uber, nos Estados Unidos.
Nesse tipo de carro não existe a necessidade de um motorista para dirigir. O carro se desloca sozinho de um local para o outro, obedecendo às regras de trânsito, parando em sinais e dando passagem para pedestres e outros motoristas.
O objetivo de construir carros inteligentes e autônomos é que, futuramente, todos os automóveis possam operar dessa forma e estar conectados, impedindo a ocorrência de acidentes.
Análise de imagens médicas
Na medicina, a inteligência artificial pode ajudar a analisar imagens médicas, como raios-X e ressonâncias magnéticas, para detectar doenças ou anomalias, proporcionando diagnósticos mais precisos e rápidos do que os médicos.
Veja também o que é software e o que são os meios de comunicação.
Quem criou a inteligência artificial
A inteligência artificial é um campo de estudo que não foi criado por uma pessoa, mas sim que evoluiu ao longo de muito tempo com pesquisas de vários cientistas.
As ideias sobre máquinas pensantes remontam a Antiguidade, filósofos como Aristóteles (384 a.C. - 320 a.C.), Descartes (1596 -1650) e George Boole (1815 -1864) ajudaram com suas teorias e estudos a formalizar os primeiros pensamentos que influenciaram o que seria a IA.
Os fundamentos teóricos mais sólidos surgiram em meados do século XX, com a publicação do artigo de Warren McCulloch e Walter Pitts que descrevia um modelo de neurônio artificial. Esse padrão serviu de inspiração para redes neurais artificiais posteriores.
Assim como Alan Turing e seu famoso estudo "Computing Machinery and Intelligence", criando o Teste de Turing como forma de avaliar a inteligência de máquinas.
Dos anos de 1970 até o final da década de 1990, houve vários investimentos na expansão de técnicas e aplicações de IA, alcançaram-se avanços importantes em áreas como aprendizado de máquina, redes neurais artificiais e lógica difusa.
Em 1997, o Deep Blue, um software, derrotou o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov. Esse acontecimento é considerado um marco na história da IA.
Contudo, foram nas últimas duas décadas que o maior progresso na tecnologia de inteligência artificial aconteceu, os campos de aprendizado profundo, processamento de linguagem natural, visão computacional e robótica cresceram vertiginosamente.
Esses avanços permitiram a criação de produtos e serviços que hoje estão acessíveis ao público, como assistentes virtuais, carros autônomos e reconhecimento facial e de fala, entre muitos outros.
Acredita-se que a IA irá cada vez mais integrar a vida das pessoas, tornando as mais diversas tarefas mais rápidas e fáceis ou mesmo dispensando o trabalho humano. Trata-se de uma tecnologia inovadora e com grande poder de mudança social, econômica e científica.
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Tipos de inteligência artificial
Existem vários tipos de inteligência artificial, conheça as principais:
- IA Fraca - é especializada em tarefas específicas;
- IA Forte - tem a capacidade de simular a inteligência humana em diversos os aspectos, ou seja, não se resume somente a tarefas específicas;
- IA Reativa - opera somente no presente e não tem capacidade de aprendizado de experiências passadas. Responde a entradas específicas com ações predeterminadas, exemplo: sistemas jogos de xadrez;
- IA baseada em Memória - consegue aprender com as experiências passadas para tomar decisões. Usa informações históricas para orientar e melhorar seu desempenho, exemplo: sistema de recomendação de plataformas de streaming;
- IA com Teoria da Mente - é capaz de atribuir estados mentais a si mesma e aos outros, como crenças, desejos e intenções. Consegue prever o comportamento humano com base nessas informações e interagir com as pessoas. Ainda está em estágio inicial de desenvolvimento;
- IA Autoconsciente - iria além da compreensão dos estados mentais, seria capaz de refletir sobre si mesma, sua própria existência e seus objetivos. É um tipo de IA que ainda não existe, mas que se pretende que seja o futuro da tecnologia.
Vantagens e desvantagens da inteligência artificial
Como qualquer tecnologia, a inteligência artificial tem vantagens de desvantagens na forma como afeta a sociedade. Entre as vantagens está:
- Conseguir automatizar tarefas respetitivas, ou seja, é capaz de realizar com mais rapidez atividades que seriam cansativas ou levariam muito tempo para serem executadas por um humano;
- Realizar tarefas com alta precisão, reduzindo os erros humanos e melhorando a qualidade de resultados;
- Conseguir analisar grandes volumes de dados de forma rápida e eficiente, identificando problemas e padrões para auxiliarem em tomadas de decisões, sejam de empresas, estudos científicos ou diagnóstico médico;
- Ser capaz de processar informações e tomar decisões em tempo real, o que é crucial em situações que exigem respostas rápidas, como no controle aéreo;
- Personalizar produtos, serviços e experiências com base nas preferências individuais dos usuários, melhorando a experiência de consumo das pessoas.
Quanto as desvantagens, algumas das questões problemáticas da popularização da inteligência artificial são:
- A capacidade dos algoritmos conseguirem incorporar os preconceitos existentes nos dados e nas pessoas que realizaram seu treinamento, resultando em decisões injustas ou discriminatórias;
- A automação realizada pela IA em empresas e instituições pode levar ao desaparecimento de algumas funções, causando desemprego e desigualdade econômica;
- A tecnologia traz preocupações sobre a privacidade e a segurança dos dados pessoais;
- O receio às empresas que desenvolvem a IA com relação a sua transparência, pois os algoritmos são complexos para a maioria das pessoas, o que torna difícil entender como as decisões são tomadas e se podem ser manipuladas;
- A possibilidade de dependência tecnológica, que poderia deixar as sociedades mais vulneráveis a falhas técnicas, ataques cibernéticos e interrupções no fornecimento de serviços essenciais.
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