Expressionismo
O Expressionismo foi um movimento artístico e cultural de vanguarda surgido na Alemanha no início do século XX. Integra o conjunto das chamadas vanguardas modernistas europeias.
O movimento propõe uma ruptura com a mera observação da realidade, defendendo uma expressão pessoal e intuitiva.
No centro do Expressionismo está a visão interior do artista. As emoções, os sentimentos e a subjetividade ganham destaque, transcendendo a reprodução fiel do mundo exterior. A expressão torna-se a palavra-chave, substituindo a impressão como guia principal da criação artística.
Desenvolveu-se inicialmente na pintura, mas logo se estende para outras formas de arte, como a literatura, teatro, arquitetura, fotografia, escultura e cinema.
O conceito foi utilizado pela primeira vez por Herwath Walden em sua revista Der Sturm ("A tempestade"), em 1912. Teve espaço principalmente na Alemanha, por isso também pode ser chamado de Expressionismo Alemão.
O pintor Vincent Van Gogh, que já se utilizava de distorções da realidade com forte carga emocional, é considerado precursor do Expressionismo.
Características do Expressionismo
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Subjetividade: as obras visam traduzir o mundo interior do artista, suas angústias, medos e alegrias.
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Deformação: a realidade é representada de forma distorcida, intensificando a carga emocional da obra.
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Cores vibrantes: as cores são usadas de forma expressiva e simbólica, muitas vezes em tons fortes e contrastantes.
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Linhas expressivas: as linhas são grossas, angulosas e distorcidas, reforçando a sensação de movimento e dinamismo.
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Temas recorrentes: crítica social, miséria humana, solidão, violência, sexo e loucura são temas frequentemente abordados.
Saiba mais sobre as características do Expressionismo.
Principais artistas e obras do Expressionismo
Veja a seguir quais foram os artistas expressionistas mais importantes e suas obras de maior destaque.
Pintura
- Edvard Munch: "O grito" (1893).
- Wassily Kandinsky: "Composição VII" (1913).
- Ernst Ludwig Kirchner: "Autorretrato com modelo" (1910).
- Emil Nolde: "Dança em torno do Bezerro de Ouro" (1910).
Os pintores do Expressionismo são divididos em dois grupos:
Die Brücke (A Ponte)
Influenciados por Van Gogh, Gauguin, Matisse, o grupo era formado por Ernst Ludwig Kirchner, Erich Heckel, Karl Schmidt-Rottluff, Fritz Bleyl, Emil Nolde, Max Pechstein e Otto Mueller.
Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul)
Influenciados por Kandinsky, utilizavam de tons mais sutis e suas temáticas eram em torno da espiritualidade. Integravam o grupo os artistas Max Beckmann, Käthe Kollwitz, Ernst Barlach e Wilhelm Lehmbruck.
Literatura
- Franz Kafka: "A metamorfose" (1915).
- Thomas Mann: A montanha mágica" (1924).
- Rainer Maria Rilke: "Elegias de Duíno" (1923).
- Bertolt Brecht: "Ópera dos três vinténs" (1928).
- Georg Trakl: "Poemas" (1913).
Cinema
- Fritz Lang: "Metropolis" (1926).
- Robert Wiene: "O gabinete do doutor Caligari" (1920).
- Murnau: "Nosferatu" (1922).
Música
- Arnold Schoenberg: "Pierrot Lunaire" (1912).
- Alban Berg: "Piano sonata" (1908).
- Anton Webern: "Cinco movimentos para quarteto de cordas Op. 5" (1909).
Expressionismo no Brasil
O Expressionismo no Brasil se destacou durante a Semana de arte moderna de 1922, realizado por artistas influenciados pelo movimento europeu. Suas obras buscavam retratar a realidade de forma subjetiva e distorcida, dando ênfase às emoções e à crítica social, associadas a elementos da cultura brasileira.
Na pintura, o principal nome do expressionismo no Brasil foi Anita Malfatti, que introduziu nos círculos artísticos brasileiros as vanguardas artísticas europeias. Ainda podem ser citados os pintores Lasar Segall, Oswaldo Goeldi, Flávio de Carvalho e Iberê Camargo.
Na literatura, por sua vez, encontram-se elementos expressionistas, por exemplo, nas obras dos seguintes autores:
- Augustos dos Anjos: "Eu e outras poesias" (1912).
- Graciliano Ramos: "Angústia" (1936).
- Mário de Andrade: "Amar, verbo intransitivo" (1927).
Expressionismo Abstrato
Vertente do Expressionismo, o expressionismo abstrato surgiu em Nova York na metade do século XX, logo após a Segunda Guerra Mundial.
O período pós-guerra fez dos Estados Unidos um novo centro artístico, e esta união de criativos fez surgir movimentos como o Expressionismo Abstrato. Arshile Gorky, um pintor da Armênia que imigrou para Nova York, foi pioneiro no estilo. Seguido por nomes como Jackson Pollock, Willem de Kooning e Isamu Noguchi.
O expressionismo abstrato era motivado pela negação das técnicas tradicionais. Assumiam uma postura crítica em relação à sociedade, dialogando com as vanguardas nas áreas da psicologia, antropologia, literatura, música e cinema.
Bibliografia:
- BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo, Cultrix, 2015.
- CARPEAUX, O. M. As revoltas modernistas na literatura. Rio de Janeiro, Ediouro, s/d.
- GUINSBURG, J. O Expressionismo. São Paulo: Editora Perspectiva, 2002.
Veja também:
