Lei da Oferta e da Procura

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O que é a lei da oferta e da procura:

A lei da oferta e da procura é uma das bases do mercado e consiste na relação entre o preço de bens e serviços ofertados e a demanda existente por eles.

A lei da oferta e da procura é um dos conceitos mais importantes da economia pois funciona como um modelo de definição de preços e determina a melhor forma de se alocar recursos. Devido essa função regulamentadora, a lei da oferta e da procura é a própria essência do liberalismo econômico, que defende um mercado independente e autorregulado.

A procura diz respeito ao quanto um produto ou serviço é desejado por compradores dispostos a pagar um determinado preço. A análise entre o preço e a quantidade demandada pelos compradores resulta na chamada lei da procura.

A oferta se refere ao quanto de um produto ou serviço o mercado pode disponibilizar por um determinado preço. A correlação entre o preço e quanto de um bem ou serviço é ofertado pelo mercado é conhecida como lei da oferta.

A lei da oferta e da procura nada mais é do que a combinação entre a lei da procura e a lei da oferta. O conceito analisa a interação entre as duas relações e é utilizada na definição de preços de bens e serviços. Além disso, a lei explora os diferentes resultados em casos de equilíbrio e desequilíbrio das relações.

Como funciona a lei da procura?

A lei da procura afirma que, em um cenário de concorrência perfeita, quanto maior o preço de um bem ou serviço, menor será a demanda por ele. Conforme o preço diminuir, maior será a demanda. O diagrama abaixo demonstra a relação:

Lei da Procura

Representação gráfica da chamada curva da procura ou curva da demanda.

No preço “P1”, a quantidade procurada é “Q1”. Quando o preço do bem ou produto é aumentado para “P2”, a quantidade demandada é diminuída para “Q2”, e assim em diante. Assumindo que todos os outros fatores permaneçam os mesmos, a quantidade demandada varia de forma inversamente proporcional ao preço.

Exemplo 1: Conforme o Dia das Crianças se aproxima, as lojas tendem a aumentar o preço dos brinquedos. Isso faz com que muitos consumidores desistam de adquirir esse tipo de bem e procure outras alternativas, como roupas, eletrônicos, etc.

Exemplo 2: Após a páscoa, diversas lojas permanecem com excedentes de produtos como ovos e caixas de chocolate. Para vender os produtos mais rápido, as lojas diminuem os preços, resultando no aumento da procura por parte dos consumidores.

Como funciona a lei da oferta?

A lei da oferta é o exato oposto da lei da procura. A lei prevê que, conforme os preços dos bens e serviços aumentam, os fornecedores tendem a ofertar cada vez mais, tendo em vista que vender mais e a um preço mais alto aumenta significativamente os lucros. Confira o diagrama abaixo:

Lei da Oferta

O gráfico acima representa a chamada "curva da oferta".

Quando o preço “P1” sobe para “P2”, a quantidade ofertada no mercado aumenta para “Q2”, e assim em diante. Assim, se todos os fatores permanecem os mesmos, a quantidade ofertada varia de forma proporcional ao preço.

Exemplo: Sabendo que o fornecimento de água encanada foi interrompido na região, os fornecedores de água mineral da cidade aumentam o preço do produto. Tendo em vista que a procura não diminui (considerando a essencialidade do produto), os fornecedores continuam produzindo mais bens e, na medida do possível, aumentando o preço.

Lei da oferta e da procura

Quando as relações de oferta e de procura são analisadas em conjunto, as duas funcionam em espelho, conforme o diagrama:

Lei da Oferta e da Procura

Em um determinado preço “P” a quantidade demandada e a quantidade ofertada se cruzam formando um ponto de equilíbrio. Nele, os fornecedores vendem todos os bens e produtos ofertados e os consumidores recebem tudo o que procuram.

O ponto de equilíbrio entre as relações de oferta e procura é o cenário econômico ideal no qual consumidores e produtores estão satisfeitos.

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Desequilíbrio nas relações de oferta e procura

Sempre que o preço de um bem ou serviço não for igual à quantidade demandada, haverá desequilíbrio na relação de oferta e procura. Nesses casos, as duas hipóteses possíveis são:

Excesso de oferta

Se o preço de um bem ou serviço é muito alto, o mercado enfrentará um excesso de oferta, significando que os recursos não estão sendo alocados de forma efetiva.

Excesso de oferta

Nos casos de excesso de oferta, em um determinado preço “P1”, a quantidade de bens e serviços que os fornecedores estão dispostos a ofertar é indicada por “Q2”. Contudo, com o mesmo preço, a quantidade de bens e serviços que os consumidores desejam adquirir é de “Q1”, ou seja, menor que “Q2”.

O resultado do diagrama acima é que muito está sendo produzido e pouco está sendo consumido. Nesse cenário, surgirá a necessidade de diminuir os preços.

Excesso de procura

O excesso de procura é criado quando o preço definido está baixo do ponto de equilíbrio. Se o preço é baixo, muitos consumidores demandarão o bem ou serviço, ocasionando uma escassez no mercado.

Excesso de procura

Nessa situação, em um preço “P1”, a quantidade de bens e serviços procurada por consumidores é “Q2”, enquanto os fornecedores estão aptos a produzir, por determinado preço, apenas “Q1”. Assim, os bens e serviços produzidos são insuficientes para satisfazer a demanda dos consumidores.

O excesso de procura fará com que os consumidores disputem a aquisição dos bens e serviços, fazendo com que os produtores aumentem os preços, o que ocasionalmente diminuirá a procura e restaurará o equilíbrio do mercado.

Quem criou a lei da oferta e da procura?

A lei da oferta e da procura não possui autoria determinada. Sabe-se que a noção da lei já era conhecida no século XIV por diversos estudiosos muçulmanos, que entendiam que se a disponibilidade de um bem diminuísse, seu preço aumentava.

Em 1961, o filósofo inglês John Locke descreveu em uma de suas obras o conceito que hoje define a lei da oferta e da procura sem, contudo, utilizar essa nomenclatura. Na época, o filósofo escreveu: "O preço de qualquer comodidade aumenta e diminui na proporção do número de compradores e vendedores, e isso regula o preço...".

A expressão "oferta e procura" foi utilizada pela primeira vez pelo economista escocês James Steuart em 1767 e, anos depois, por Adam Smith.

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