Vai encarar? 11 monstros mitológicos que vão congelar seu sangue

Carolina Marcello
Carolina Marcello
Mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes
Atualizado em

Alguns monstros já são velhos conhecidos, porque crescemos escutando suas lendas. Contudo, são tantas as culturas e mitologias espalhadas pelo mundo, que existem inúmeras criaturas das quais nunca ouvimos falar.

Descubra nossa seleção dos monstros mais assustadores e desconhecidos, capazes de despertar sua curiosidade ou até roubar seu sono.

Penanggalan (Sudeste Asiático)

Cabeça de mulher, separada do resto do corpo, com expressão assustadora.

Durante o dia, esta criatura tem a aparência de uma mulher comum, com apenas uma característica que a identifica: o cheiro forte de vinagre. De noite, no entanto, se transforma num monstro canibal e aterrorizante. Em algumas versões, ela é uma parteira que ganhou esse caráter sobrenatural com rituais de bruxaria.

Nas madrugadas, sua cabeça se separa do resto do corpo e fica flutuando, com as entranhas penduradas no pescoço. Segundo a lenda, popular em países como a Malásia, a Indonésia e Singapura, ela vagueia durante a noite para se alimentar de carne humana, tendo preferência por mulheres grávidas e bebês.

Wendigo (América do Norte)

Monstro da floresta, coberto de pelo e com hastes de veado.

Célebre nos Estados Unidos e no Canadá, é um espírito maligno ou um monstro canibal que habita as florestas geladas. Sua aparência varia conforme as versões da história, mas a mais usual é a de uma criatura alta e magra, coberta de pelo e com hastes de veado.

Suas presas são sobretudo viajantes e pessoas perdidas na floresta. Também encarado enquanto espírito sobrenatural, segundo a lenda, tem a capacidade de possuir as pessoas, tornando-as extremamente violentas.

O mito até deu origem ao termo "Psicose Wendigo": um comportamento errático, no qual os pacientes começam a ter desejos de devorar outros seres humanos.

Jorogumo (Japão)

Mulher com corpo de aranha e uma floresta ao fundo.

A lenda japonesa é muito antiga e está amplamente representada na arte e na literatura nacional. Simbolizando o estereótipo da "mulher fatal", Jorogumo é uma aranha gigante que tem a capacidade de se transformar numa jovem bonita e extremamente sedutora. É assim que consegue atrair as vítimas masculinas para a sua teia, sem que elas percebam.

Uma verdadeira "devoradora de homens", ela volta à forma monstruosa assim que consegue prendê-los na sua teia, para comê-los em seguida.

Acredita-se que a lenda pretende falar da natureza múltipla das mulheres, mostrando que também podem ter um lado perigoso, mesmo com toda a beleza e o encanto que as caracterizam.

Adze (África Ocidental)

Vampiro com asas de vagalume.

Parte do folclore africano, principalmente em Togo e Gana, Adze é um vampiro capaz de se transmutar. Ele pode assumir a forma de um vaga-lume, um morcego ou até um escaravelho, em algumas versões.

Seu objetivo é muito simples: beber sangue, principalmente de crianças, que são seu alvo favorito. Seus ataques normalmente ocorrem durante a noite, quando todos estão dormindo.

Uma característica que o torna ainda mais perigoso é a capacidade de se disfarçar de ser humano, podendo andar entre a população sem ser descoberto.

Ammit (Antigo Egito)

Cabeça de mulher, separada do resto do corpo, com expressão assustadora.

Embora seja uma divindade, Ammit não é tão conhecida quanto outros membros do panteão egípcio. Segundo a mitologia do Antigo Egito, trata-se de um híbrido entre crocodilo, leão e hipopótamo, muitas vezes apontado como um demônio feminino.

Conhecida como "Devoradora dos Mortos" ou "Devoradora de Corações", ela representava os castigos divinos que chegam depois da morte. Os antigos egípcios acreditavam que, quando uma pessoa morria, seu coração era pesado numa balança pelo deus Thot.

Se ele pesasse mais do que uma pluma, era um indício da sua culpa e das suas falhas em vida. Assim, seu coração era devorado por Ammit, conduzindo aquele que morreu ao sofrimento eterno.

Grootslang (África do Sul)

Serpente gigante numa caverna.

Seu nome significa "Grande Serpente" e sua fama atravessa os tempos. Originário nas lendas dos povos indígenas da região, acredita-se que esse monstro existe desde o princípio da vida na Terra. Sua função é guardar uma caverna subterrânea em Cabo Norte, um local deserto e de difícil acesso, que estaria repleto de diamantes.

Dizem que aqueles que tentaram explorar a caverna não voltaram com vida, pois se depararam com a criatura monstruosa que está destinada a proteger o tesouro.

El Silbón (América do Sul)

Homem cadavérico que carrega um saco de ossos.

A lenda está presente em países como a Venezuela e a Colômbia e conta uma história de punição. Este monstro era um rapaz comum que, num ataque de raiva provocada pela embriaguez, acabou matando o próprio pai. Como castigo, foi condenado a carregar os seus ossos num saco, pela eternidade.

Segundo os relatos, aqueles que se cruzam com ele sentem um frio inexplicável pelo corpo inteiro. Há também uma forma de perceber a sua presença: o som que emite, semelhante a um sussurro. Quando as pessoas o escutam ao longe, o melhor é correr, porque isso significa que o Silbón está mais perto do que parece.

Lâmia (Grécia Antiga)

Mulher bonita com cauda de serpente.
Imagem criada por mehmeturgut.

A mitologia grega conta que Lâmia era uma bela mulher, filha de Poseidon e rainha da Líbia. Seus atributos físicos atraíram a atenção de Zeus, que resolveu torná-la numa de suas (muitas) amantes. Com isto, vieram também os ciúmes implacáveis de Hera, a esposa do maior deus do Olimpo, que decidiu transformá-la num monstro.

Assim, do tronco para cima, ela manteve a sua aparência humana; no entanto, a parte de baixo do seu corpo virou uma enorme cauda de serpente.

Lâmia passou a habitar florestas e lagos, atraindo os homens que passam com a beleza do seu rosto e os sons sibilantes que fazia, semelhantes aos de uma cobra.

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Aswang (Filipinas)

Vampiro assustador, com asas de morcego e olhos vermelhos.

Considerado o monstro mais temido do folclore filipino, tem inúmeras representações nessa cultura. Pode assumir a forma de vampiro, demônio ou até um híbrido entre o ser humano e outras criaturas, como cachorros e porcos.

De dia, eles têm aparência humana e andam entre as pessoas, escolhendo suas próximas vítimas. Segundo os relatos, na maioria das vezes assumem a aparência de mulheres jovens, com cabelos compridos e negros.

Mesmo assim, podem ser identificados por algumas características como os olhos vermelhos ou pés virados ao contrário. De noite, recuperam a forma monstruosa para perseguir e devorar as suas presas.

Gashadokuro (Japão)

esqueleto gigante andando, durante a noite, entre as casas.

Também conhecido como "o esqueleto esfomeado", trata-se de um esqueleto gigante, com mais de 10 metros de altura. As lendas contam que o seu corpo foi criado a partir dos ossos de soldados que morreram nos campos de batalha e nunca foram enterrados com as devidas honras.

Outra versão diz que, na verdade, são os ossos daqueles que morreram de fome. Uma criatura impossível de derrotar, o Gashadokuro vagueia pelas madrugadas e ataca aqueles que se cruzarem no seu caminho. Dizem que, antes de vê-lo, as pessoas conseguem escutar o ranger dos seus dentes.

Aqrabuamelu (Mesopotâmia)

Também conhecido como Homem Escorpião, este é um mito muito antigo, narrado em várias fontes, como a Epopeia de Gilgamesh. Com uma aparência perturbadora, tem cabeça, tronco e braços de um ser humano forte e musculado, mas o resto do seu corpo tem a forma de um escorpião.

Nas histórias, trata-se de um guardião que vive em cavernas para proteger tesouros escondidos. Assim como os escorpiões, possui um ferrão com veneno, capaz de aniquilar na hora qualquer um que se aproxime.

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Carolina Marcello
Carolina Marcello
Mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes e licenciada em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
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