7 principais tipos de preconceito

Thiago Souza
Revisão por Thiago Souza
Professor de Sociologia, Filosofia e História

O preconceito é uma opinião preconcebida sobre uma pessoa, um fato ou uma situação. Ela se origina em um juízo de valor que é determinado sem reflexão ou conhecimento do assunto e, por essa razão, não possui fundamentação.

Essa opinião sobre algo ou alguém é quase sempre baseada num estereótipo negativo.

Existem diversos tipos de preconceito, como: racial, social, religioso, quanto à orientação sexual, de gênero, linguístico e cultural.

Todos possuem raízes históricas profundas para o seu desenvolvimento, que refletem negativamente na sociedade e na vida dos indivíduos até os dias atuais.

O preconceito pode gerar danos psicológicos e até mesmo físicos para suas vítimas. Por isso, atualmente existem movimentos e leis contra os diversos tipos de intolerância.

1. Preconceito racial

O preconceito racial é a ideia de que pessoas de uma determinada raça ou etnia são superiores a outras.

Neste tipo de preconceito se configura principalmente o racismo. Uma das formas mais comuns de manifestação deste preconceito é em relação a pessoas negras, que são historicamente marginalizadas e estereotipadas por brancos.

Em diversos países, como no próprio Brasil, este tipo de preconceito é considerado crime.

Saiba mais sobre preconceito racial, racismo e xenofobia.

2. Preconceito social

Também chamado de preconceito de classe social, é relacionado ao mau tratamento ou estereótipo negativo dado a uma pessoa quanto ao seu status social.

É um preconceito que normalmente aparece devido às diferenças de vida e privilégios sociais entre ricos e pobres. Entretanto, também pode ocorrer entre pessoas que pertencem a mesma classe social.

O preconceito social pode estar relacionado a diversos aspectos, como:

  • nível de escolaridade;
  • padrão social de vida;
  • renda salarial;
  • quantidade de bens;
  • cargos profissionais;
  • acesso à cultura;
  • local de moradia, entre outros aspectos ligados a uma posição social.

Assim como outras manifestações preconceituosas, o preconceito social é normalmente motivado por um sentimento de superioridade de uma pessoa em relação a outra.

Este tipo de preconceito, como os demais, pode se manifestar mediante intolerância e a dificuldade de convivência com indivíduos que não possuem a mesma posição social e privilégios financeiros.

Leia mais sobre o preconceito social.

3. Preconceito religioso (intolerância religiosa)

O preconceito quanto às diversas religiões acontece quando existe um sentimento de desprezo, desvalorização ou sentimento de superioridade de uma pessoa em relação à outra que possui uma religião, fé ou conjunto de crenças diferente.

O preconceito religioso também se manifesta através de atitudes de intolerância e tentativa de invalidação da crença, religião e rituais religiosos de outras pessoas. É comumente conhecido como intolerância religiosa.

Esse tipo de preconceito, dependendo da intensidade que acontece, pode gerar manifestações violentas, perseguições e guerras.

Situações de conflitos ocorridas em períodos antigos, como na Idade Média, e até mesmo casos mais atuais, como o Holocausto dos judeus na Alemanha (1933 - 1945), são exemplos de preconceito religiosos.

Em diversos países, incluindo o Brasil, a intolerância religiosa é crime.

4. Preconceito em relação à orientação sexual

O preconceito em relação à orientação sexual é o julgamento e intolerância em relação às pessoas que pertencem à comunidade LGBTQIA+.

Nesse grupo são incluídas pessoas:

  • lésbicas;
  • gays;
  • bissexuais;
  • queers;
  • assexuais, entre outros.

O preconceito em relação à orientação sexual, também chamado de homofobia, ou LGBTQIA+fobia, é o sentimento de repulsa, aversão ou ódio às pessoas de diferentes identidades de gênero e sexualidades.

Muitas vezes podem ter motivações religiosas ou culturais e têm como consequência, atos de intolerância e de violência contra pessoas com diferentes identidades de gênero.

Há também a transfobia, o preconceito destinado e direcionado às pessoas transexuais / transgêneros, ou seja, pessoas que não se identificam com o seu gênero biológico, como transexuais, travestir e intersexuais.

Os crimes motivados por preconceito de identidade de gênero ou orientação sexual são considerados uma violação (desrespeito) aos direitos humanos.

Para combater esse preconceito, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Internacional contra a Homofobia, marcado no dia 17 de maio.

5. Preconceito de gênero (misoginia)

Já o preconceito de gênero é a ideia de que uma pessoa, por pertencer a um determinado gênero, possui menos valores ou capacidades do que outras.

Esse tipo de preconceito é muito comum em relação às mulheres, sendo especificamente chamado de misoginia.

A misoginia é o sentimento de ódio ou de desprezo em relação às mulheres, fundamentada na ideia de que mulheres possuem capacidades inferiores às capacidades dos homens, seja no trabalho ou qualquer outro aspecto da vida cotidiana.

A misoginia é responsável por grande parte dos crimes de feminicídio, que é a nomenclatura criminal dada aos homicídios em que as vítimas são mulheres.

O feminicídio é qualificado desta forma quando existe a comprovação de que as causas que motivaram o crime são relacionadas à condição de mulher ou outras questões relacionadas ao gênero.

Leia mais sobre misoginia

6. Preconceito linguístico

O preconceito linguístico é definido como o preconceito contra determinadas formas de utilização um mesmo idioma.

Assim, um grupo é compreendido como o detentor das regras e do modo padrão da língua, enquanto as outras maneiras passam a ser desqualificadas.

O preconceito linguístico pode se manifestar como um desrespeito ao sotaque, à forma de articulação da linguagem, aos erros gramaticais ou ao uso de expressões regionais.

O Brasil, por exemplo, em razão da extensão territorial, possui inúmeros sotaques e modos de falar, devido às diferentes regionalidades.

Entretanto, não se pode dizer que o português falado em uma região é mais correto do que outro. São considerados apenas diferenças regionais.

É importante saber que todos os idiomas possuem variações entre as pessoas que o falam, seja em razão da região, do grupo social, do tipo de educação escolar ou da idade.

Estas diferenças devem ser consideradas e compreendidas e não representam, necessariamente, que exista a predominância de um formato linguístico sobre outro.

Segundo o linguista Marcos Bagno, autor do o livro Preconceito Linguístico: o que é, como se faz, este preconceito motiva o aumento da exclusão social.

Para ele, a língua cumpre a função de comunicar. Se uma mensagem transmitida pôde ser recebida e compreendida, a comunicação está completa e não houve nenhum prejuízo.

Leia mais sobre o preconceito linguístico.

7. Preconceito cultural

O preconceito cultural ocorre com a discriminação da origem cultural de uma pessoa, onde a cultura de um indivíduo é considerada melhor que a outra.

O preconceito sofrido por estrangeiros que residem em um país diferente do seu local de nascimento (os imigrantes), é considerado um tipo de preconceito cultural, denominado de xenofobia.

Neste caso, o preconceito cultural se baseia em discriminar pessoas ou até mesmo países que possuem uma cultura, vivência e costumes diferentes.

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Thiago Souza
Revisão por Thiago Souza
Graduado em História e Especialista em Ensino de Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina. Ministra aulas de História, Filosofia e Sociologia desde 2018 para turmas do Fundamental II e Ensino Médio.
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