Diferença entre Anarquismo e Comunismo

Juliana Bezerra
Revisão por Juliana Bezerra
Professora de História

Anarquismo e comunismo são duas ideologias políticas distintas com grande influência teórica ao redor do mundo.

O anarquismo é a ideologia centrada na eliminação total de todos os tipos de coerção. Ou seja, essa corrente política afirma que não deve existir nenhum tipo de autoridade para com o indivíduo ou sociedade em geral.

Também acredita que o Estado é prejudicial e desnecessário para o funcionamento e vida da sociedade.

Símbolo do anarquismo
Símbolo do anarquismo

Já o comunismo é uma ideologia política e socioeconômica que visa erradicar a propriedade privada e, consequentemente, a luta de classes sociais, em prol de uma sociedade igualitária.

Essa vertente política foi inspirada nas teorias e estudos de Karl Marx e Friedrich Engels, que publicaram a obra O Manifesto Comunista, em 1848.

O estudo conhecido como marxismo critica fortemente o capitalismo, defendendo uma sociedade livre de divisão de classes.

Nesse sentido, a teoria política acredita que os trabalhadores se tornam donos dos seus próprios meios de produção.

Símbolo comunista
Símbolo do comunismo

As motivações políticas e econômicas do anarquismo e do comunismo são semelhantes em alguns pontos, como o fim do Estado e do Capitalismo.

Porém, seus teóricos e defensores sempre discordaram do caminho a seguir para que seus objetivos sejam conquistados.

Abaixo explicamos essas diferenças e como elas afetam as políticas públicas e privadas quando colocadas em prática.

Principais diferenças entre Anarquismo e Comunismo

Existem diferenças muito básicas entre anarquismo e comunismo.

O anarquismo, por exemplo, acredita no princípio de que uma sociedade não deve ter autoridade governamental para direcionar os pensamentos e ações dos cidadãos.

Os seguidores dessa ideologia política não acreditam no Estado porque pensam que através da educação se formará um novo indivíduo. Inclusive, muitos anarquistas são responsáveis por criar teorias pedagógicas, como a educação libertária, aderida no início do século XX na Espanha e França, como a Escola Moderna.

Eles acreditam que só através da educação os homens conseguirão viver sem precisar de leis e igrejas.

Assim, os anarquistas não acreditam na existência do Estado. Também acreditam que não deveria haver uma autoridade superior para restringir a liberdade de pensamento e ação.

Os comunistas acreditam que um governo eficaz é dirigido por apenas um partido, que seja comunista e formado por membros da classe operária.

Nessa lógica, o Estado deveria possuir todos os recursos, sem conceito de propriedade privada, para assim, eliminar a luta de classes sociais.

No quadro abaixo inserimos algumas das principais diferenças entre o anarquismo e comunismo:

ANARQUISMO COMUNISMO
Não acredita na necessidade de Estados e governos Propaga o desejo por uma sociedade sem classes e governadas por partidos comunistas
Os indivíduos têm o direito de decidir sua quantidade de produção A produção é distribuída sem divisão de classes ou hierarquias de forças produtivas
Acredita no internacionalismo sem fronteiras geográficas Acredita em estados geográficos e limites especificados
Rejeita qualquer tipo de partido político e acredita na liberdade individual Sugere a liderança de partidos comunistas com foco na classe trabalhadora, eliminação do capitalismo e construção de uma sociedade sem classes

Anarco-comunismo: conceito e ideias

Conhecido também como comunismo anarquista, comunismo livre, comunismo libertário e anarquismo comunista, é uma teoria do anarquismo que defende a eliminação do Estado, do capitalismo, trabalho assalariado e propriedade privada.

O anarco-comunismo foi fundado por Peter Kropotkin no final de 1800. É uma vertente do pensamento comunista que trabalha em prol da propriedade coletiva e do controle operário dos homens da produção.

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Juliana Bezerra
Revisão por Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.
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