Ontologia

Thiago Souza
Revisão por Thiago Souza
Professor de Sociologia, Filosofia e História

Ontologia é o ramo da Filosofia que estuda a natureza do ser, da existência e da própria realidade.

A Ontologia é classificada na filosofia como o ramo geral da metafísica (diferente da Cosmologia, Psicologia e Teologia, que são ramos específicos), pois se ocupa dos temas mais abrangentes e abstratos da área.

Por esse motivo, é comum que os termos Ontologia e Metafísica sejam utilizados como sinônimos, embora o primeiro esteja inserido no segundo.

Ramos Filosofia
Fluxograma representando a Ontologia na Filosofia.

A palavra Ontologia é formada do grego ontos (ser) e logia (estudos), e engloba as questões gerais relacionadas ao significado do ser e da existência.

Algumas das perguntas fundamentais desta área são:

  • O que pode ser considerado existente?
  • O que significa ser?
  • Quais entidades existem e por quê?
  • Quais são os vários modos de existência?

Ao longo do tempo, inúmeros filósofos utilizaram metodologias e classificações diferentes para responder a essas e outras perguntas.

A Ontologia na história da Filosofia

Este termo foi popularizado graças ao filósofo alemão Christian Wolff, que a definiu como philosophia prima (filosofia primeira) ou ciência do ser enquanto ser.

No século XIX, ela foi transformada por neoescolásticos na primeira ciência racional que abordava os gêneros supremos do ser.

A corrente filosófica conhecida como idealismo alemão, de Hegel, partiu da ideia de autoconsciência para recuperar a ontologia como "lógica do ser".

No século XX, a ligação entre ontologia e metafísica geral deu lugar a novos conceitos, como o de Husserl, que vê a Ontologia como ciência formal e material das essências.

Para Heidegger, a ontologia fundamental é o primeiro passo para a metafísica da existência.

Dicotomias da ontologia

Através das diferentes posições filosóficas que abordam as questões acima, a ciência ontológica organiza-se em diversas dicotomias (divisões), tais como:

Monismo e Dualismo

Os principais defensores desta corrente foram Platão e Descartes.

A ontologia monista (monismo ontológico) entende que a realidade é composta por apenas um elemento, o universo. Para esta teoria, todas as demais coisas são diferentes formas de o universo se estruturar.

A ontologia dualista (dualismo ontológico) defende que a realidade é formada por dois planos: um material (corpo) e outro espiritual (alma).

Determinismo e Indeterminismo

O determinismo ontológico é a teoria que entende a natureza como um sistema no qual tudo está interligado e, por isso, não existe livre arbítrio.

Para esta corrente, todas as escolhas são, na verdade, resultados de eventos que já aconteceram.

O indeterminismo ontológico afasta a rígida ligação de causa e efeito típica do determinismo e fundamenta o livre arbítrio em questões antropológicas, não defendendo, portanto, que todas as escolhas são feitas por acaso.

Materialismo e Idealismo

A ontologia materialista (materialismo ontológico) defende a ideia de que para alguma coisa ser real, é necessário que ela seja material.

Para a ontologia idealista (idealismo ontológico), a realidade é, na verdade, espiritual, e toda a matéria é uma representação ilusória da verdade.

Prova ontológica

O “argumento ontológico” ou “prova ontológica” é o argumento que utiliza a ontologia para defender a existência de Deus.

O primeiro e mais famoso argumento ontológico é atribuído ao teólogo Anselmo de Cantuária, que refletiu que, se a ideia de um Deus perfeito está presente mesmo na mente das pessoas que não acreditam na sua existência, então Deus deve existir também na realidade.

Ontologia jurídica

Ontologia, no âmbito jurídico, é a parte da Filosofia do Direito que estuda a essência e a razão de ser de uma lei, doutrina ou jurisprudência.

Ontologia na Ciência da Computação

Nas Ciências e Tecnologias de Informação, as ontologias são classificações usadas para categorizar ou agrupar as informações em classes.

As ontologias também são aplicadas em Web Semântica e em Inteligência Artificial para assimilar e codificar o conhecimento, definindo as relações existentes entre os conceitos de determinado domínio (uma área do conhecimento).

Veja também:

Thiago Souza
Revisão por Thiago Souza
Graduado em História e Especialista em Ensino de Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina. Ministra aulas de História, Filosofia e Sociologia desde 2018 para turmas do Fundamental II e Ensino Médio.
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