Ontológico

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Ontológico é um adjetivo que define tudo que diz respeito à ontologia, ou seja, que investiga a natureza da realidade e da existência.

Diz-se que algo é ontológico quando, do ponto de vista filosófico, aborda questões relacionadas ao ser. Assim, o adjetivo pode se referir a afirmações, perguntas, características, etc.

Exemplos:

“Saber a natureza e o lugar da consciência no mundo físico constitui uma pergunta ontológica fundamental…”

“É necessário avaliar o caráter ontológico do trabalho para entender a relação entre trabalho e educação.”

O termo está relacionado à ontologia, do grego ontos, que significa “ser” e logos, que significa “estudo”. A palavra designa o campo da metafísica que estuda a natureza da existência e da própria realidade, mas também é utilizada na filosofia jurídica e na informática.

Para entender melhor, leia mais sobre ontologia.

Ontológico, Deontológico e Epistemológico

Os termos ontológico, deontológico e epistemológico, por estarem relacionados a ramos da filosofia, são frequentemente encontrados no mesmo contexto. Portanto, tenha em mente que:

  • ontológico: relativo à ontologia, ramo da filosofia que estuda o ser.
  • deontológico: relativo à deontologia, ramo da filosofia que estuda a moralidade das ações com base em regras impostas.
  • epistemológico: relativo à epistemologia, ramo da filosofia que estuda a relação entre crença e conhecimento.

Argumento ontológico

O “argumento ontológico” ou “prova ontológica” é o argumento que utiliza a ontologia para defender a existência de Deus. O primeiro e mais famoso argumento ontológico é atribuído ao teólogo Anselmo de Cantuária, que refletiu que, se a ideia de um Deus perfeito está presente mesmo na mente das pessoas que não acreditam na sua existência, então Deus deve existir também na realidade.

O argumento ontológico é um raciocínio a priori, ou seja, que não foi verificado com base na experiência.

Filósofos ontológicos

O nascimento da ontologia aconteceu na Grécia Antiga (mesmo que ainda não fosse chamada dessa forma) e se confunde, em parte, com o nascimento da própria filosofia. Muitos estudiosos entendem que as reflexões ontológicas tenham se iniciado com Parmênides em seu poema “Sobre a natureza e sua permanência”, no qual ele aborda a natureza do ser e da realidade.

Depois de Parmênides, inúmeros filósofos também se ocuparam com o assunto. Entre os principais estão:

São Tomás de Aquino

Conjugou a filosofia aristotélica com os ideais do cristianismo dando origem ao chamado “Tomismo”. Entre suas principais reflexões ontológicas, Aquino entendia a essência do ser como algo que é permitido por um Deus puro e completo, sendo este o fundamento de todas as coisas.

Descartes

Considerado o primeiro filósofo moderno, Descartes concluiu que a própria dúvida acerca da sua existência era suficiente para comprová-la, resultando na célebre frase “Penso, logo existo.”

Spinoza

Spinoza entendia que Deus e a Natureza são, na verdade, uma só entidade composta por infinitos atributos e que o pensamento e a matéria são os únicos elementos nesse conjunto que são perceptíveis por nós.

Kant

Para Kant, é impossível acessar Deus e a própria realidade tal como ela é, tendo em vista que a razão humana emprega princípios baseados na experiência. Assim, Kant entendia que todos os fenômenos são regulados pela forma em que a mente os interpreta.

Hegel

A ontologia de Hegel buscou resgatar a ideia de Deus como fundamento da existência, e entendia que tanto a religião e a filosofia buscam atingir a verdade absoluta.

Muitos outros

Considerando que o objeto da ontologia se confunde, muitas vezes, com o objeto da filosofia, muitos outros filósofos, em algum momento, fizeram observações relacionadas à natureza da existência e da realidade, tais como Friedrich Nietzsche, John Locke, Arthur Schopenhauer, Martin Heidegger, etc.

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