Silepse (figura de linguagem)
A silepse é um recurso da escrita em que a concordância não ocorre de acordo com os termos da frase, mas com a ideia que se quer passar. Como em "a violenta São Paulo", em que a palavra violenta está no feminino por concordar com o termo oculto "a cidade de".
Silepse pode ser caracterizada enquanto uma figura de linguagem de construção, em que a palavra ou expressão empregada tem a concordância associada à conotação da frase. Não quer dizer que está errado, em termos gramaticais, é apenas um recurso estilístico.
As silepses podem ser divididas em três tipos, dependendo da concordância:
Silepse de pessoa
A silepse de pessoa ocorre quando o verbo da frase não faz a concordância esperada com o sujeito expresso, e sim com um sujeito oculto na sentença.
Exemplo de silepse de pessoa:
- "Nos anos 80, os brasileiros tínhamos receio de investir no mercado".
O tínhamos está na primeira pessoa do plural, concordando com a ideia de um "nós" oculto, enquadrando o autor da frase entre "nós, os brasileiros". Enquanto que a escrita padrão seria "tinham", na terceira pessoa do plural.
Silepse de gênero
A silepse de gênero ocorre quando há diferença entre o emprego do feminino e do masculino nos adjetivos relacionados ao sujeito.
Exemplo de silepse de gênero:
- "Ele contava os dias para chegar à sua amada Belo Horizonte".
Sua amada está no feminino e concorda com "a cidade de Belo Horizonte", enquanto poderia ser "seu amado Belo Horizonte", já que o termo "Belo Horizonte" seria masculino.
Silepse de número
A Silepse de Número acontece quando o verbo concorda com o sujeito oculto no singular ou plural, mas que é diferente do sujeito que consta na frase.
Exemplo de silepse de pessoa:
- "A fome chegou ao grupo e atacaram logo o buffet".
O grupo é singular e a concordância seria "o grupo atacou", mas como se trata de uma coletividade poderia ter o termo "todos" que requer o uso do plural "atacamos".
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