Folclore brasileiro: o que é, lendas e manifestações culturais

Juliana Theodoro
Revisão por Juliana Theodoro
Mestra em Ciências da Comunicação

O folclore brasileiro é o conjunto de costumes, tradições, lendas e narrativas populares típicas do Brasil.

O folclore do Brasil é composto pela mistura das várias culturas que formaram a identidade nacional, oriundas principalmente das tradições portuguesas, indígenas e africanas.

Folclore brasileiro é a junção de lendas, contos, mitos e histórias sobre criaturas e seres fantásticos que habitam o imaginário dos povos tradicionais de diversas regiões do país.

Além das lendas e dos personagens fantásticos, o folclore também é composto pelas festas populares, as brincadeiras tradicionais, crenças e outros costumes que foram transmitidos de geração em geração.

Devido à diversidade cultural do país, o Brasil tem um folclore muito rico. Porém, somente a partir do século XIX é que começou a ganhar destaque por parte de autores e intelectuais.

O Brasil celebra o Dia do Folclore em 22 de agosto. A data costuma ser celebrada, principalmente, nas escolas de todo o país.

Principais lendas do folclore brasileiro

As lendas brasileiras expressam, através de personagens e elementos da fantasia, a vida e a realidade de um povo. Procurando esclarecer fatos misteriosos e sobrenaturais ou educar a comunidade.

O imaginário folclórico do Brasil é recheado de diferentes criaturas fantásticas. Alguns pertencem especificamente a uma região, outros são conhecidos em todo o país. Confira algumas das mais populares:

Lenda do curupira

Lenda do Curupira nas florestas brasileiras

Protetor das florestas, plantas e animais silvestres.

É uma das lendas mais populares e antigas do país. Há relatos sobre o curupira que remontam o século XVI.

O "demônio da floresta", como também é chamado, é uma entidade sobrenatural que habita as florestas, assumindo a responsabilidade de proteger a fauna e a flora do ataque de caçadores.

Essa criatura é caracterizada por ter o corpo coberto de pelos vermelhos, dentes verdes e os pés virados para trás.

Essa última peculiaridade é usada para enganar as pessoas que tentam segui-lo. Elas acabam por se confundir ao olhar para as pegadas que indicam o caminho ao contrário daquele que o curupira de fato seguiu.

A lenda ainda conta que o curupira tem a aparência de um menino. Apesar de terem o mesmo objetivo de proteger a floresta (e entre alguns povos, ambos terem os pés virados para trás), o curupira e a caipora não são exatamente a mesma criatura.

A caipora é considerado um ser mitológico tupi-guarani.

Saiba mais sobre o curupira e a cultura indígena.

Lenda do boto-cor-de-rosa

Lenda brasileira sobre o Boto cor de rosa

Criatura capaz de engravidar as mulheres e desaparecer.

Também de origem indígena e bastante popular na região amazônica, o boto seria um animal mágico (parecido com um golfinho) que, durante as festividades juninas, transforma-se em um homem muito bonito, comunicativo e conquistador.

Quando está em sua forma humana, o boto fica totalmente vestido de branco e com um grande chapéu. Esse chapéu é usado para esconder o buraco que tem na cabeça, que são as narinas do animal que não desaparecem com a transformação.

A lenda diz que o boto escolhe a moça mais bonita da festa para seduzir, depois a leva para o fundo do rio, onde a engravida. No passado era comum se dizer que quando a mulher engravidava misteriosamente, a culpa era do boto.

A narrativa fantástica sobre o boto-cor-de-rosa tentava justificar os casos de gravidez fora ou antes do casamento, especialmente nas comunidades ribeirinhas da região amazônica. Era também uma forma de tentar esconder ou camuflar possíveis abusos contra jovens e meninas.

Lenda do saci-pererê

saci perere

Créditos: Prefeitura de Votuporanga. CC BY 2.0

Adora fazer travessuras. É um protetor das florestas, principalmente das ervas medicinais.

Personagem do folclore mais popular no país, o saci-pererê é um menino negro que usa um gorro vermelho, fuma cachimbo e tem somente uma perna. O saci teria perdido a sua perna em uma luta de capoeira.

Ao contrário das outras lendas, a história do saci teria a sua origem nos grupos indígenas do sul do Brasil. No entanto, com a popularidade do mito, existem versões da lenda em todas as regiões do país e também na Argentina e no Uruguai.

O saci mora nas florestas, e adora fazer pegadinhas para assustar as pessoas que entram em seu habitat sem a sua autorização.

Leia também sobre a cultura afro-brasileira.

Lenda da cuca

Lenda brasileira da bruxa Cuca

Bruxa com cabeça de jacaré que come crianças desobedientes.

Ela é descrita como uma bruxa de aparência velha, com cabeça de jacaré e garras grandes.

A lenda conta que a cuca habita as florestas e gosta de raptar crianças desobedientes. Quem for pego pela cuca é usado como ingrediente para as refeições da criatura maléfica.

A origem da cuca estaria no folclore galego-português, que possuía uma espécie de dragão que também devorava crianças rebeldes.

O escritor Monteiro Lobato (1882 - 1948) foi um dos principais responsáveis em disseminar a lenda da cuca por todo o Brasil, através das histórias da obra Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Lenda da mula-sem-cabeça

Lenda brasileira da Mula sem cabeça

Uma mulher que foi amaldiçoada por ter tido uma relação com um padre.

A criatura sobrenatural é descrita como uma mula que solta fogo por onde deveria estar a sua cabeça.

Essa lenda tem um cunho moral e machista forte, pois representa a punição pela quebra da castidade das mulheres. Toda mulher que se apaixonasse ou tivesse relações com um padre seria transformada em mula-sem-cabeça.

Outras versões da história dizem que a mulher que tiver relações com algum homem (namorado, principalmente) antes do casamento, será enfeitiçada como mula sem cabeça.

Ainda segundo a história popular, a mula-sem-cabeça corre pelos campos e florestas soltando relinchos muito altos, assustando pessoas e animais por onde passa.

A origem da lenda é europeia, especialmente de Portugal e Espanha. A sua popularidade no Brasil é evidente, assim como em outros países da América Latina, como o México e a Argentina.

Lenda da Iara (mãe d'água)

Lenda amazônica da Iara

A sereia sedutora que atrai os homens para morrerem afogados no rio.

Oriunda da região amazônica, a mãe d'água é descrita como uma criatura que tem a parte superior do corpo de uma mulher, mas tem uma cauda de peixe no lugar pernas. A Iara habita os rios da Amazônia.

De acordo com a lenda, a Iara tem lindos cabelos negros e fica sentada na beira do rio cantando melodias hipnotizantes que atraem os homens da região.

Após seduzi-los, a Iara leva suas vítimas para as profundezas do rio, afogando-as. Algumas versões da lenda ainda dizem que a Iara devora as suas vítimas após morrerem afogadas.

Quem fosse capaz de escapar dos encantos da mãe d'água ficaria louco. A única forma de restaurar a sanidade da pessoa seria através do auxílio de um pajé, o chefe espiritual indígena.

Descubra mais sobre as lendas folclóricas brasileiras e os personagens do folclore brasileiro.

Brincadeiras típicas do folclore brasileiro

São os jogos ou as brincadeiras populares e tradicionais passadas de geração em geração. Além de servir como uma distração para crianças e adultos, as brincadeiras folclóricas também são usadas como metodologia de aprendizado.

Confira algumas das mais conhecidas:

Soltar pipa

Também conhecida como "empinar papagaio" ou "soltar rabiola", a pipa é um objeto feito a partir de varetas e papel de seda (ou plástico, em alguns casos).

O objetivo é fazer a pipa levantar voo e manter o objeto no céu, fazendo várias acrobacias divertidas, que são controladas através de uma linha.

Pega-pega

Essa brincadeira precisa de no mínimo dois participantes. Existem muitas variantes do jogo, mas a mais conhecida é a seguinte:

  1. Escolhe-se uma pessoa para ser o "pegador".
  2. Os outros participantes devem correr e evitar serem tocados pelo "pegador".
  3. Quem for pego, passa a ser o "pegador", tendo que tocar em outra pessoa para transmitir a função.

Outra versão diz que quem for pego pelo "pegador" deve sair do jogo. O último participante que sobrar na brincadeira será o vencedor.

Esconde-esconde

É brincadeira de grupo. As pessoas devem escolher uma para procurar, enquanto as demais se escondem:

  1. A pessoa escolhida para procurar deve contar até um número definido pelo grupo, com os olhos fechados ou vendados.
  2. Os demais participantes devem se esconder.
  3. Ao terminar de contar, a pessoa que vai procurar deve gritar: "quem se escondeu, se escondeu. Quem não se escondeu, lá vou eu!"
  4. Quando encontrar alguém, tanto quem estava a procura, como quem foi encontrado, deve correr e bater no lugar onde a brincadeira começou (onde se contou).
  5. Se a pessoa que estava escondida tocar primeiro no lugar inicial do jogo, então ela ganha e o "procurador" deve começar a procura novamente.
  6. Se quem estava a procura tocar no lugar do início do jogo primeiro, a pessoa que foi encontrada será quem irá procurar pelo grupo a partir de então.

Essa é apenas uma versão da brincadeira. Existem vários outros modos de brincar de esconde-esconde.

Vaca-amarela

Também é uma brincadeira de grupo. Antes de começar, os participantes devem recitar o seguinte poema: "vaca amarela pulou a janela, quem falar come o cocô dela".

A partir desse momento, todos devem ficar em silêncio, sem emitir nenhum tipo de som. Cada participante pode tentar provocar os demais, para que deem uma risada, por exemplo. O primeiro que falar ou fazer algum som, perde a brincadeira.

Cabra-cega ou cobra-cega

Um participante é vendado e deve tentar procurar os demais sem conseguir ver. A primeira pessoa que for tocada pela "cabra-cega" deve assumir essa posição, trocando de lugar com quem estava vendado.

Amarelinha

Para brincar de amarelinha é preciso fazer um desenho no chão (normalmente usando giz). A figura deve ter dez quadrados, intercalados entre um e dois (veja a imagem abaixo):

brincadeira folclórica chamada amarelinha

  1. Cada jogador deve atirar uma pedra para dentro do quadrado, em sequência. Ou seja, começa-se atirando no 1, depois no 2, 3, 4 e assim sucessivamente.
  2. O participante não pode pisar no quadrado onde está a pedra. Se a pedra está no quadrado 4, a pessoa deve saltar do número 3 para o 5.
  3. Um detalhe importante: somente um pé deve pisar dentro de cada quadrado. Se pisar fora do quadrado ou com os dois pés em um só número, a pessoa "queima a amarelinha" e deve começar tudo desde o início.
  4. Quem conseguir atingir o 10 ou "céu" primeiro, vence.

Boca de Forno

Nessa brincadeira há duas funções: o mestre e os súditos. Antes de começar os participantes devem recitar um breve poema.

  • Mestre diz: "Boca de forno"
  • Súditos dizem: "Forno"
  • Mestre: "Jacarandá"
  • Súditos: "Dá"
  • Mestre: "Vão fazer tudo o que o mestre mandar?"
  • Súditos: "Vamos"
  • Mestre: "E se não fizer?"
  • Súditos: "Leva bolo"

Após o poema, o mestre começa a desafiar os demais participantes a cumprir uma série de tarefas. O primeiro que finalizar a ordem do mestre, ganha e os demais levam palmadas nas mãos (o conhecido "bolo").

Saiba mais sobre jogos cooperativos.

Principais festas do folclore brasileiro

Além dos mitos e das lendas brasileiras, as tradicionais festas populares também fazem parte do folclore e são realizadas em diferentes regiões do país.

Algumas delas tem sua origem em lendas locais, como é o caso do boi-bumbá no Amazonas. Conheça as principais festas:

Festa Junina

As festas juninas são uma tradição de origem portuguesa e são comuns em todo o Brasil. A região nordeste é conhecida por ter as maiores e mais bonitas festas juninas.

Apesar de também ser chamada de "Festa de São João", as festas juninas acontecem em comemoração aos três principais santos da quadra junina: Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho).

As festas juninas podem variar ligeiramente de região para região, mas os elementos típicos comuns são as vestimentas quadriculadas e "caipiras", a dança quadrilha, bandeirinhas coloridas e comidas típicas como quentão, canjica (ou mingau de milho), milho cozinho e vários tipos de bolo, como de fubá e bolo podre.

Também fazem parte da tradição das festas juninas, os balões e as fogueiras. Porém, devido ao perigo de acidentes, não devem ser usados.

Saiba mais sobre as festas juninas.

Folia de Reis

A Folia de Reis também é uma festa de origem portuguesa, que chegou ao Brasil durante o período de colonização. Essa celebração comemora a visita dos três reis magos ao menino Jesus após o seu nascimento, de acordo com os relatos bíblicos.

Durante a festa, acontecem cortejos nas ruas, onde se tocam instrumentos musicais, usa-se roupas coloridas e dançam durante o percurso. Os participantes do cortejo visitam as casas das pessoas de sua comunidade, para representar a visita dos reis magos ao menino Jesus.

Essa festividade é mais comum nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.

Carnaval

O carnaval teve sua origem na Antiguidade, era uma festa em homenagem aos deuses. Com a ascensão do cristianismo, passou a ser conhecido como a festa que antecede a Páscoa. Chegou ao Brasil por meio dos colonizadores portugueses.

No Brasil, as tradições da comemoração portuguesa se misturaram com os ritmos e danças trazidas pelos africanos que foram escravizados.

As festas de carnaval no Brasil são realizadas em todo o país. É a maior comemoração popular do país. As festas mais tradicionais acontecem no nordeste: em Recife, Olinda e Salvador, e no sudeste: no Rio de Janeiro, com os desfiles das Escolas de Samba e os famosos blocos de rua.

Saiba mais sobre o Carnaval.

Congada

A congada é uma festa religiosa, com bases no cristianismo e nas religiões de matriz africana. É comemorada em vários lugares do Brasil e faz uma homenagem aos santos negros, vistos como ancestrais africanos que protegiam as pessoas escravizadas.

A lenda do Chico Rei também é comemorada na congada. Chico Rei teria sido um rei africano, do Congo, que foi capturado, junto com a sua família, e trazido ao Brasil para ser escravizado.

A história conta que Chico Rei viveu em Minas Gerais e conseguiu comprar a sua liberdade, a do filho e de mais de duzentas pessoas escravizadas com ouro.

Durante a congada também acontece a dança que simboliza a coroação do rei do Congo.

Bumba meu boi

A festa do bumba meu boi ocorre anualmente durante os meses de junho e julho. A festividade é uma das mais importante do estado do Maranhão desde o século XVIII.

Por sua importância cultural, foi decretado o dia 30 de junho como Dia Nacional do bumba meu boi.

A festa é inspirada num conto popular. A lenda diz que uma mulher grávida escravizada estava com desejo de comer a língua do boi mais bonito da fazenda; o marido, para satisfazer a vontade da esposa, mata o boi para preparar um prato com a língua do animal.

Porém, o dono da fazenda fica sabendo da morte do boi e pretende castigar o casal. O casal consegue ressuscitar o boi, escapando do castigo, e depois é dada uma grande festa em comemoração.

Na cidade de Parintins, no estado do Amazonas, apoiado em um conto muito parecido, existe a festa do boi-bumbá. Na tradição da Amazônia, o boi é ressuscitado com a ajuda de um pajé, líder espiritual indígena.

A festa do boi-bumbá é grandiosa e acontece todos os anos desde 1965. Existem dois bois, Garantido e Caprichoso, que disputam entre si através das suas apresentações, que recontam a lenda do boi.

Círio de Nossa Senhora de Nazaré

Considerada uma das maiores procissões religiosas do mundo, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré acontece sempre no segundo domingo do mês de outubro em Belém, capital do estado do Pará.

O Círio de Nazaré representa a devoção à Nossa Senhora de Nazaré, que teria se iniciado no século XVII pelo Jesuítas.

A lenda do Círio conta que um caboclo, chamado Plácido, encontrou a imagem de Nossa Senhora de Nazaré na beira de um pequeno rio e a levou para casa. Mas a imagem desapareceu, voltando a ser encontrada nas margens do rio.

Após várias tentativas de levar a imagem, a Santa sempre voltava a ser encontrada no mesmo rio. Foi, então, construída uma igreja no local onde ficava o rio para ser o lar da imagem. Essa igreja seria a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém.

Lavagem do Bonfim

A lavagem da escadaria da Igreja do Senhor do Bonfim, na Bahia, acontece na quinta-feira antes do segundo domingo depois do Dia de Reis. É uma festa religiosa, que reúne candomblecistas e católicos.

A tradição da lavagem da escadaria começou no século XVIII quando as pessoas negras escravizadas eram obrigadas a lavar a igreja para as festividades em homenagem ao Senhor do Bonfim.

Com o sincretismo religioso, as pessoas escravizadas passaram a ver na lavagem uma espécie de cerimônia em homenagem à Oxalá. Além da lavagem, há também um grande cortejo durante a festa que reúne milhares de pessoas.

Danças e ritmos do folclore brasileiro

O folclore brasileiro é rico em ritmos e danças populares que representam a cultura de um local do país. A música, os trajes e cenários típicos contam a história, os costumes e o cotidiano de cada lugar.

As danças e ritmos populares são geralmente apresentadas em espaços públicos. Alguns dos ritmos do folclore do Brasil são:

Samba de Roda

O samba de roda é uma herança do período da escravidão no Brasil, originalmente realizado em culto aos orixás e caboclos, no Recôncavo Baiano.

Esse gênero musical passou a ser muito apreciado no Rio de Janeiro e, graças aos grandes nomes do samba, tornou-se um gosto nacional. O cavaquinho, a cuíca, o pandeiro, o chocalho, entre outros instrumentos de percussão, são fundamentais para o samba de roda.

Ciranda

Oriunda do estado de Pernambuco, essa é uma dança típica das mulheres dos pescadores. De acordo com a tradição, elas dançavam a ciranda enquanto esperavam que seus maridos voltassem do mar.

Os cirandeiros formam uma grande roda, dançando em ritmo lento e marcando o passo com pisadas fortes no chão. A dança pode ser simples (dois passos para trás e dois para frente) ou coreografada.

Maracatu

Também tem a sua origem no estado de Pernambuco. Baseado na cultura africana, o maracatu é considerado um ritmo musical, ritual e dança.

Existem dois tipos de Maracatu: maracatu nação e maracatu rural, sendo que o primeiro é o mais antigo e popular em Recife. Já o segundo tem como característica o caboclo de lança como um personagem central da manifestação.

Quadrilha

No Brasil, a quadrilha é a dança folclórica típica das festas juninas. O estilo é inspirado nos tradicionais bailes aristocráticos da Inglaterra e da França do século XVIII. Foi trazida ao Brasil pela elite dos colonizadores portugueses, mas passou a ser imitada pela população.

A dança foi adaptada aos costumes e danças locais, sendo também associada aos festejos dos santos da quadra junina.

Dançada em grupo, a quadrilha segue uma coreografia tradicional, executada por pares de dançarinos. Ainda existe a presença do narrador, que tem o objetivo de animar e orientar a dança ao recitar versos e frases populares.

Mesmo sendo comum em todo o país, as quadrilhas costumam ser mais apreciadas nas regiões nordeste e norte.

Frevo

É um ritmo típico do carnaval de rua e de salão da cidade de Recife, em Pernambuco. Tem andamento rápido e coreografia individual, marcados por instrumentos de sopro que compõem a fanfarra.

O frevo é considerado uma mistura de vários estilos diferentes de dança, como o ballet e a capoeira. O uso de pequenas sombrinhas durante a dança é outra particularidade.

Existem três tipos diferentes de frevo: frevo de rua, frevo-canção e o frevo-de-bloco.

Carimbó

Oriundo da região amazônica, o Carimbó é um estilo de dança muito popular no estado do Pará. A sua composição é resultado da mistura de elementos culturais dos indígenas amazônidas, dos africanos e dos portugueses.

Os dançarinos usam um traje típico (com tecidos coloridos, longos e com estampas florais) e dançam em círculo. Enquanto giram e simulam um constante cortejo entre ambos, os dançarinos podem bater palmas, bater os pés ou fazer outros movimentos corporais (como curvar o corpo, enquanto marca o seu passo com um pé na frente do outro, ou levantar os braços).

Saiba mais sobre o folclore e diversidade cultural do Brasil.

Juliana Theodoro
Revisão por Juliana Theodoro
Mestra em Ciências da Comunicação e especialista em Estudos de Mídia e Jornalismo, com ênfase em Estudos de Gênero e Análise do Discurso. É jornalista desde 2016.
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