7 tipos de guerra que são comuns em nossa história

Juliana Bezerra
Revisão por Juliana Bezerra
Professora de História

A história da humanidade é uma história de conflitos. Da antiguidade aos dias de hoje, muitas vidas foram perdidas, cidades foram destruídas e incontáveis prejuízos econômicos e políticos foram deixados às populações em virtude de guerras.

Mas as características dos conflitos podem variar conforme motivações, abrangência, armamentos utilizados, etc.

Veja alguns tipos de guerras comuns em nossa história:

1. Guerra civil

As guerras civis são conflitos que ocorrem dentro de um país, entre diferentes grupos organizados. As disputas podem ser decorrentes de causas políticas, econômicas, religiosas - como qualquer outra guerra - e até mesmo pela separação de partes do país.

Ao longo da história, diversos países sofreram guerras civis. Um exemplo que ilustra bem esse tipo de conflito é a Guerra Civil dos Estados Unidos (1861-1965), que foi uma disputa entre os grupos do norte e sul do país.

O norte desejava acabar com o regime escravocrata e o sul, desejava continuar com esse modelo.

O Brasil também foi palco de guerras civis, sendo uma delas a de Canudos (1896-1897). Esse conflito ocorreu no sertão da Bahia e foi motivado pela tentativa de por fim as injustiças sociais e a cobrança de impostos - essa região era marcada por grande pobreza e condições de vida precárias.

2. Guerra santa

As guerras santas são conflitos com motivações religiosas, realizados por religiões monoteístas - que acreditam na existência de apenas um deus.

Os adeptos extremistas dessas correntes religiosas enxergam os seguidores de outras crenças como inimigos e tentam impor sua crença e expandir sua influência nos territórios por meio das guerras santas.

As duas maiores guerras santas da história foram promovidas pelo Islamismo e pelo Cristianismo. Chamada também de jihad, a guerra santa dos muçulmanos tem o objetivo de disseminar o Islamismo.

As Cruzadas, nome dado às guerras santas promovidas pela Igreja Católica, buscavam reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém, que estava sob domínio muçulmano.

Saiba mais sobre Jihad e guerra santa.

3. Guerra mundial

As guerras mundiais são conflitos que envolvem diversos países em diferentes regiões do mundo. Elas podem ter como objetivo uma liderança mundial ou podem ser resultado de diversos conflitos simultâneos.

Na Antiguidade, as guerras eram localizadas em regiões geograficamente limitadas, não havia instrumentos bélicos muito desenvolvidos, tampouco meios de transporte para que os combatentes alcançassem territórios distantes.

Já na Idade Média, ocorreram conflitos em regiões maiores, vários deles possibilitados pelas Cruzadas feitas pela Igreja Católica. As Cruzadas foram movimentos militares que partiram da Europa Ocidental em direção à Jerusalém, com o intuito de conquistar a Terra Santa, que pertencia aos muçulmanos naquele momento.

O conceito de Guerra Mundial, que trata dos dois grandes conflitos ocorridos neste âmbito, refere-se a um fenômeno da contemporaneidade e que só foi possível graças à Globalização. A partir desse momento, os armamentos bélicos tornaram-se mais potentes e capazes de alcançar longas distâncias.

As guerras passam a ser chamadas de mundiais em um mundo globalizado, pois a interdependência entre as nações faz com que grande parte dos países do globo seja afetada - ainda que não participem ativamente do conflito.

4. Guerra de guerrilha

O termo "guerrilla" começou a ser utilizado na Espanha quando grupos de guerrilha foram formados para combater a invasão das tropas de Napoleão Bonaparte, entre os anos de 1808 e 1812.

Guerrilhas são grupos armados que se formam para buscar independência de regiões, lutar contra o governo ou contra ocupações. As guerrilhas geralmente têm um viés político-ideológico, porém não são exclusivas de um ou outro posicionamento, e são caracterizadas pela mobilidade dos combatentes.

Durante o século XX, na América Latina e, inclusive no Brasil, surgiram guerrilhas que lutaram contra os regimes ditatoriais impostos na região.

5. Guerra biológica

Uma guerra biológica é um conflito no qual se utilizam agentes biológicos como arma. Esses agentes podem ser vírus, bactérias e fungos, e são utilizados com o intuito de matar ou adoecer os adversários. Eles podem ser disseminados de várias formas, como por contato pelo ar e pela água.

As armas biológicas eram usadas com mais frequência na Antiguidade. Registros históricos mostram que corpos em decomposição e venenos eram usados com frequência para contaminar fontes de água.

O exemplo mais recente e comprovado de utilização de armas biológicas foram testes realizados pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial, que contaminaram cerca de 600 mil chineses.

Em 1972, a Convenção sobre Armas Biológicas foi assinada em Washington por diversos países, porém acredita-se que algumas nações mantêm arsenais de armas biológicas em segredo.

6. Guerra química

As guerras químicas são conflitos em que se utilizam substâncias químicas para atingir o inimigo. Um exemplo de arma química é o gás mostarda, utilizado durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Esse gás provoca queimaduras na pele, cegueira temporária ou permanente e pode ocasionar graves danos ao pulmão das pessoas que o aspiram.

Um dos agentes químicos mais perigosos são os organofosforados, que provocam convulsões ou morte ao entrarem em contato com a pele, mesmo em pequenas quantidades. Por serem armas que produzem terríveis sofrimentos e serem facilmente transportadas pelo ar, são objeto de preocupação da comunidade internacional há décadas.

Uma das medidas mais importantes para o impedimento desses tipos de substâncias em guerras foi a Convenção de Armas Químicas, assinada em Paris em 1993 e que entrou em vigor em 1997. Apesar disso, existem suspeitas de utilizações recentes de armas químicas, como na Síria, em 2018.

7. Guerra nuclear

Guerras nucleares são conflitos nos quais armas nucleares são utilizadas. As armas nucleares têm efeito destruidor em larga escala e são decorrentes da fusão ou fissão de átomos. São capazes de liberar uma quantidade grande de energia, com pequenas quantidades de matéria.

As armas nucleares podem ser bombas atômicas, derivadas do urânio-235 e do plutônio, e bombas de hidrogênio, feitas a partir da fusão de átomos de hidrogênio. A bomba de hidrogênio é mais potente que a bomba atômica.

As únicas armas nucleares utilizadas em conflitos foram as bombas lançadas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundial.

Além das inúmeras consequências às pessoas e ao meio ambiente, decorrentes do material radioativo liberado na explosão, acredita-se que mais de 200 mil pessoas morreram nesses ataques.

Uma guerra nuclear, de fato, nunca aconteceu, mas caso ocorresse, as consequências seriam catastróficas. Considera-se, inclusive, que uma guerra nuclear poderia levar à extinção da vida humana no planeta Terra.

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Juliana Bezerra
Revisão por Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.
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